A política salarial dos administradores e quadros superiores das empresas é um tema sempre polémico, mas ganha nova força em momentos de crise como os que vivemos.
O tema merece ser discutido e o pior que os accionistas, gestores e governo devem fazer é transformá-lo num tema tabu. Mas este é também um tema caro à demagogia e ao populismo, o que se tem visto e ouvido muito nos últimos meses, por exemplo quando se cita o exemplo do salário de Armando Vara, sem qualquer enquadramento ou comparação.
No actual contexto económico e social, com os buracos financeiros no sistema financeiro e o desemprego a alastrar, não há quem se atreva a revelar que discorda da forma como o tema tem sido posto à discussão, regra geral, da pior forma, e sintetizado na ideia de que é necessário cortar os salários dos gestores.
Em primeiro lugar, importa dizer que não há nenhuma organização, empresarial ou outra, que resista a disparidades salariais gritantes e até chocantes. Por isso, desde logo o bom-senso obriga a definir princípios e regras para uma política salarial coerente e integrada,do funcionário menos qualificado ao presidente do conselho de administração.
Depois, a discussão sobre os salários dos gestores deveria ser centrada nos critérios para a atribuição desses salários e dos respectivos prémios anuais. Portanto, deve ser claro, por exemplo, qual a percentagem dos lucros que deve ser destinado às remunerações dos administradores, tem em conta a dimensão da empresa e as referências no mercado interno e no mercado internacional. Também deve ser tido em conta o desempenho, de curto e de longo prazo. E quando uma empresa tem prejuízos, não deve have lugar ao pagamento de quaisquer prémios.
No entanto, é importante afirmar que o Estado não pode, nem deve, imiscuir-se nas políticas salariais das empresas privadas. Deve sugerir regras de boa conduta, nomeadamente através dos reguladores de mercado, mas deve deixar aos accionistas privados as decisões, porque são os accionistas que investem e arriscam o seu dinheiro em função do que consideram adequado.
>Obviamente, quando uma empresa recebe uma injecção de fundos financeiros públicos para garantir a sua viabilidade, os gestores de topo não devem beneficiar de quaisquer bónus e prémios anuais. E exemplos internacionais como o da seguradora AIG, que recebeu fundos públicos e, depois, pagou milhões de dólares de prémios aos gestores, só provocam maior revolta e incompreensão relativamente a este tema, neste caso com razão.
Sobra, por isso mesmo, o melhor dos princípios: a transparência, isto é, a divulgação pública dos salários dos administradores e os critérios que levaram à sua fixação, também porque funciona como um mecanismo dissuasor de políticas salariais sem sentido e sem coerência com a realidade económico-financeira das empresas com os seus resultados em cada ano. A bem da sociedade, da empresa e dos seus trabalhadores.
O tema merece ser discutido e o pior que os accionistas, gestores e governo devem fazer é transformá-lo num tema tabu. Mas este é também um tema caro à demagogia e ao populismo, o que se tem visto e ouvido muito nos últimos meses, por exemplo quando se cita o exemplo do salário de Armando Vara, sem qualquer enquadramento ou comparação.
No actual contexto económico e social, com os buracos financeiros no sistema financeiro e o desemprego a alastrar, não há quem se atreva a revelar que discorda da forma como o tema tem sido posto à discussão, regra geral, da pior forma, e sintetizado na ideia de que é necessário cortar os salários dos gestores.
Em primeiro lugar, importa dizer que não há nenhuma organização, empresarial ou outra, que resista a disparidades salariais gritantes e até chocantes. Por isso, desde logo o bom-senso obriga a definir princípios e regras para uma política salarial coerente e integrada,do funcionário menos qualificado ao presidente do conselho de administração.
Depois, a discussão sobre os salários dos gestores deveria ser centrada nos critérios para a atribuição desses salários e dos respectivos prémios anuais. Portanto, deve ser claro, por exemplo, qual a percentagem dos lucros que deve ser destinado às remunerações dos administradores, tem em conta a dimensão da empresa e as referências no mercado interno e no mercado internacional. Também deve ser tido em conta o desempenho, de curto e de longo prazo. E quando uma empresa tem prejuízos, não deve have lugar ao pagamento de quaisquer prémios.
No entanto, é importante afirmar que o Estado não pode, nem deve, imiscuir-se nas políticas salariais das empresas privadas. Deve sugerir regras de boa conduta, nomeadamente através dos reguladores de mercado, mas deve deixar aos accionistas privados as decisões, porque são os accionistas que investem e arriscam o seu dinheiro em função do que consideram adequado.
>Obviamente, quando uma empresa recebe uma injecção de fundos financeiros públicos para garantir a sua viabilidade, os gestores de topo não devem beneficiar de quaisquer bónus e prémios anuais. E exemplos internacionais como o da seguradora AIG, que recebeu fundos públicos e, depois, pagou milhões de dólares de prémios aos gestores, só provocam maior revolta e incompreensão relativamente a este tema, neste caso com razão.
Sobra, por isso mesmo, o melhor dos princípios: a transparência, isto é, a divulgação pública dos salários dos administradores e os critérios que levaram à sua fixação, também porque funciona como um mecanismo dissuasor de políticas salariais sem sentido e sem coerência com a realidade económico-financeira das empresas com os seus resultados em cada ano. A bem da sociedade, da empresa e dos seus trabalhadores.
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