A Europa arrisca viver uma década de deflação e sem prosperidade, como o Japão. Os Estados Unidos e o Reino Unido enfrentam a possibilidade de explosão da inflação. Uns e outros fazem as escolhas ditadas pelas lições do passado, deles...
A Europa arrisca viver uma década de deflação e sem prosperidade, como o Japão. Os Estados Unidos e o Reino Unido enfrentam a possibilidade de explosão da inflação. Uns e outros fazem as escolhas ditadas pelas lições do passado, deles ou dos outros, que mais os impressionaram. Washington e Londres puseram a máquina de imprimir dinheiro a funcionar. Frankfurt continua a resistir com medo da hiperinflação.
Uma década perdida com deflação ou riqueza destruída com hiperinflação com o risco de nascer um Hitler num qualquer grande país do Ocidente. Estes são os dois perigosos caminhos que se abriram com as medidas necessárias para combater esta crise financeira. A terceira via, de regresso da prosperidade com mais emprego e inflação baixa, exige que a máquina de imprimir dinheiro dê à economia a dose certa de mais moeda. Uma tarefa difícil quando o nevoeiro pouco ou nada deixa ver.
Os Estados Unidos foram os primeiros a avançar com a mais perigosa arma de combate à deflação e preparam-se para fazer entrar na economia mais de um bilião de dólares - sim, o equivalente ao "trillion" -, através da compra de títulos de dívida pública e das empresas. Ao seu lado estão os ingleses, actuando exactamente da mesma maneira.
O BCE tem-se recusado até agora a imprimir mais dinheiro, apoiado no facto de as suas taxas de juro ainda não estarem em cima do zero, como acontece com os seus parceiros. Mas a liberdade de circulação de capitais está a limitar a sua liberdade de escolher este caminho. O euro está a valorizar-se, apertando ainda mais as condições monetárias da Zona do Euro e assim forçando o BCE a acelerar a descida das taxas de juro para o indesejável zero que o forçará a ligar, também, a máquina de imprimir moeda.
O peso da Alemanha levará a Zona Euro a evitar, por todos os meios, o caminho de imprimir mais moeda através da compra de títulos de dívida do Estado e das empresas. Não é apenas o problema político de escolher o Estado a quem se vai comprar título de dívida. A maior restrição à política de expansão monetária está no terror dos alemães de verem a história repetir-se.
A origem de Hitler é, em parte, explicada pela hiperinflação vivida na Alemanha da República de Weimar. Foi a opção por imprimir moeda para pagar a dívida da primeira guerra mundial que desencadeou um processo de inflação da ordem dos mil por cento na Alemanha, com a equivalente perda de poder de compra da moeda. Os alemães viram o seu dinheiro transformado em papel sem valor. E Adolf Hitler sobe ao poder pelo voto, exactamente porque compreendeu esse descontentamento.
Nos Estados Unidos, os olhos não estão fixados em Hitler, mas sim no Japão. Durante a década de 90, o rendimento dos japoneses estagnou e os preços caíram, em parte porque as autoridades não deram à economia a dose certa de moeda.
O BCE está a gerir a sua política monetária respeitando os fantasmas europeus, o medo de ver nascer um Hitler e o terror da guerra. A estagnação é, de facto, um mal bastante menor que a hiperinflação. Mas a deflação pode não ser. A Alemanha vai ter de esquecer os seus fantasmas para não os despertar.
A Europa arrisca viver uma década de deflação e sem prosperidade, como o Japão. Os Estados Unidos e o Reino Unido enfrentam a possibilidade de explosão da inflação. Uns e outros fazem as escolhas ditadas pelas lições do passado, deles ou dos outros, que mais os impressionaram. Washington e Londres puseram a máquina de imprimir dinheiro a funcionar. Frankfurt continua a resistir com medo da hiperinflação.
Uma década perdida com deflação ou riqueza destruída com hiperinflação com o risco de nascer um Hitler num qualquer grande país do Ocidente. Estes são os dois perigosos caminhos que se abriram com as medidas necessárias para combater esta crise financeira. A terceira via, de regresso da prosperidade com mais emprego e inflação baixa, exige que a máquina de imprimir dinheiro dê à economia a dose certa de mais moeda. Uma tarefa difícil quando o nevoeiro pouco ou nada deixa ver.
Os Estados Unidos foram os primeiros a avançar com a mais perigosa arma de combate à deflação e preparam-se para fazer entrar na economia mais de um bilião de dólares - sim, o equivalente ao "trillion" -, através da compra de títulos de dívida pública e das empresas. Ao seu lado estão os ingleses, actuando exactamente da mesma maneira.
O BCE tem-se recusado até agora a imprimir mais dinheiro, apoiado no facto de as suas taxas de juro ainda não estarem em cima do zero, como acontece com os seus parceiros. Mas a liberdade de circulação de capitais está a limitar a sua liberdade de escolher este caminho. O euro está a valorizar-se, apertando ainda mais as condições monetárias da Zona do Euro e assim forçando o BCE a acelerar a descida das taxas de juro para o indesejável zero que o forçará a ligar, também, a máquina de imprimir moeda.
O peso da Alemanha levará a Zona Euro a evitar, por todos os meios, o caminho de imprimir mais moeda através da compra de títulos de dívida do Estado e das empresas. Não é apenas o problema político de escolher o Estado a quem se vai comprar título de dívida. A maior restrição à política de expansão monetária está no terror dos alemães de verem a história repetir-se.
A origem de Hitler é, em parte, explicada pela hiperinflação vivida na Alemanha da República de Weimar. Foi a opção por imprimir moeda para pagar a dívida da primeira guerra mundial que desencadeou um processo de inflação da ordem dos mil por cento na Alemanha, com a equivalente perda de poder de compra da moeda. Os alemães viram o seu dinheiro transformado em papel sem valor. E Adolf Hitler sobe ao poder pelo voto, exactamente porque compreendeu esse descontentamento.
Nos Estados Unidos, os olhos não estão fixados em Hitler, mas sim no Japão. Durante a década de 90, o rendimento dos japoneses estagnou e os preços caíram, em parte porque as autoridades não deram à economia a dose certa de moeda.
O BCE está a gerir a sua política monetária respeitando os fantasmas europeus, o medo de ver nascer um Hitler e o terror da guerra. A estagnação é, de facto, um mal bastante menor que a hiperinflação. Mas a deflação pode não ser. A Alemanha vai ter de esquecer os seus fantasmas para não os despertar.
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