Entrevista ao director-geral do Barclays
"Estamos perto do fundo. Mas ainda não chegámos lá". Talvez daqui a dois ou três meses, antecipa John Winter. O director-geral do Barclays Capital define-se como um optimista. Mas as suas previsões para o mercado accionista, não são as mais animadoras.
"No início de 2009, o mercado ainda não tinha incorporado o quão maus iam ser os resultados das empresas", o que explica as fortes quedas registadas, tanto nos mercados europeus, como norte-americanos, nas últimas semanas. O responsável pela banca de investimento e mercado da dívida para a Europa, Médio Oriente e Ásia do banco britânico, antecipa que esta tendência deverá manter-se e que o "fundo" poderá ser alcançado dentro de dois a três meses". Quanto à recuperação, John Winter prefere não fazer previsões: "Isso é menos óbvio".
As últimas previsões do banco britânico, apresentadas no início do mês, indicam que o índice S&P 500 vai eliminar o ganho de quase 10% obtido desde Novembro e terminar o primeiro trimestre do ano em novos mínimos de 11 anos. "Guardem a garrafa de champanhe e bebam um café", aconselhava, na altura, o analista do banco.
O ano pode não ter começado da melhor maneira para os mercados accionistas, mas isso não é motivo para não ser optimista quanto ao futuro. É que a "rapidez da recuperação [das bolsas] pode ser surpreendente", diz John Winter.
Principalmente nos Estados Unidos que têm "maior capacidade de adaptação". "O mercado norte-americano já começou o seu processo de recuperação. Há sinais de movimentação no mercado", refere o responsável do Barclays Capital.
Por outro lado, John Winter revela que está mais preocupado com a Europa, por esta não conseguir falar a uma só voz no que toca à resposta a dar à crise económica e financeira.
Talvez só melhor regulação.
Esta crise colocou em causa o papel das entidades reguladoras. E de muitos lados têm surgido apelos a uma maior regulação e supervisão do sistema financeiro, que evite, no futuro, crises semelhantes à actual.
É o caso do regulador financeiro do Reino Unido que apela, mesmo, a uma "revolução do sistema bancário". Lord Turner, presidente da Financial Services Authority, admitiu ontem a possibilidade de banir produtos financeiros demasiado arriscados ou complexos. Aos bancos poderá ainda ser exigido maiores quantidades de capital relacionadas com as posições de riscos das suas carteiras de investimento.
John Winter defende, por outro lado, que o sistema financeiro não precisa de mais regulação. Mas sim de melhor regulação. "Considero que existe, actualmente, alguma confusão. Por um lado, pedem-nos para emprestar mais dinheiro, mas por outro exigem-nos mais capital. Mas não podemos ter ambos", afirma o responsável.
Os "ratings" não dizem tudo
O responsável da unidade de banca de investimento do Barclays sublinha que desde o início da crise financeira os "ratings" e seus impactos mudaram muito. "Hoje em dia, os 'ratings' não dizem tudo o que os investidores precisam de saber", refere.
John Winter desdramatiza a revisão em baixa dos "ratings" da dívida de alguns países europeus, como aconteceu ontem com a Ucrânia, e afirma que estas alterações "significam que os custos de financiamento aumentaram mas não significam que esses países não têm acesso ao financiamento".
John Winter defende, ainda, que as nacionalizações não são a melhor solução para o sistema bancário. "Não acho que os Governos sejam a melhor opção para gerir os bancos. Dadas as actuais condições, prefiro que não existam nacionalizações", afirma John Winter.
"Estamos perto do fundo. Mas ainda não chegámos lá". Talvez daqui a dois ou três meses, antecipa John Winter. O director-geral do Barclays Capital define-se como um optimista. Mas as suas previsões para o mercado accionista, não são as mais animadoras.
"No início de 2009, o mercado ainda não tinha incorporado o quão maus iam ser os resultados das empresas", o que explica as fortes quedas registadas, tanto nos mercados europeus, como norte-americanos, nas últimas semanas. O responsável pela banca de investimento e mercado da dívida para a Europa, Médio Oriente e Ásia do banco britânico, antecipa que esta tendência deverá manter-se e que o "fundo" poderá ser alcançado dentro de dois a três meses". Quanto à recuperação, John Winter prefere não fazer previsões: "Isso é menos óbvio".
As últimas previsões do banco britânico, apresentadas no início do mês, indicam que o índice S&P 500 vai eliminar o ganho de quase 10% obtido desde Novembro e terminar o primeiro trimestre do ano em novos mínimos de 11 anos. "Guardem a garrafa de champanhe e bebam um café", aconselhava, na altura, o analista do banco.
O ano pode não ter começado da melhor maneira para os mercados accionistas, mas isso não é motivo para não ser optimista quanto ao futuro. É que a "rapidez da recuperação [das bolsas] pode ser surpreendente", diz John Winter.
Principalmente nos Estados Unidos que têm "maior capacidade de adaptação". "O mercado norte-americano já começou o seu processo de recuperação. Há sinais de movimentação no mercado", refere o responsável do Barclays Capital.
Por outro lado, John Winter revela que está mais preocupado com a Europa, por esta não conseguir falar a uma só voz no que toca à resposta a dar à crise económica e financeira.
Talvez só melhor regulação.
Esta crise colocou em causa o papel das entidades reguladoras. E de muitos lados têm surgido apelos a uma maior regulação e supervisão do sistema financeiro, que evite, no futuro, crises semelhantes à actual.
É o caso do regulador financeiro do Reino Unido que apela, mesmo, a uma "revolução do sistema bancário". Lord Turner, presidente da Financial Services Authority, admitiu ontem a possibilidade de banir produtos financeiros demasiado arriscados ou complexos. Aos bancos poderá ainda ser exigido maiores quantidades de capital relacionadas com as posições de riscos das suas carteiras de investimento.
John Winter defende, por outro lado, que o sistema financeiro não precisa de mais regulação. Mas sim de melhor regulação. "Considero que existe, actualmente, alguma confusão. Por um lado, pedem-nos para emprestar mais dinheiro, mas por outro exigem-nos mais capital. Mas não podemos ter ambos", afirma o responsável.
Os "ratings" não dizem tudo
O responsável da unidade de banca de investimento do Barclays sublinha que desde o início da crise financeira os "ratings" e seus impactos mudaram muito. "Hoje em dia, os 'ratings' não dizem tudo o que os investidores precisam de saber", refere.
John Winter desdramatiza a revisão em baixa dos "ratings" da dívida de alguns países europeus, como aconteceu ontem com a Ucrânia, e afirma que estas alterações "significam que os custos de financiamento aumentaram mas não significam que esses países não têm acesso ao financiamento".
John Winter defende, ainda, que as nacionalizações não são a melhor solução para o sistema bancário. "Não acho que os Governos sejam a melhor opção para gerir os bancos. Dadas as actuais condições, prefiro que não existam nacionalizações", afirma John Winter.
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