Crédito.
As taxas Euribor estão a cair, mas as pequenas empresas continuam a não ter acesso barato ao crédito. Com o agravamento do risco, os bancos estão já a cobrar 'spreads' de pelo menos seis e sete pontos percentuais. Os empresários alertam para a "situação difícil" face às dificuldades de tesouraria Os bancos estão a agravar os spreads dos empréstimos às empresas e, apesar da forte descida da Euribor, há já PME - as que têm maior risco -a pagar financiamentos na ordem dos 10%. A Associação Empresarial de Portugal (AEP) garante que é confrontada "diariamente com as queixas" dos seus associados que estão a pagar "spreads de 6% e que, por isso, apesar da Euribor ter caído para pouco mais de 2%, acabam a pagar um juro bem acima dos tempos em que as taxas estavam quase nos 5%". Paulo Nunes de Almeida, vice-presidente da associação, sublinha que "a descida da Euribor é mais do que compensada pela subida dos spreads", o que coloca as empresas "numa situação muito difícil" num momento em que se defrontam com "dificuldades de tesouraria por via da redução de cobranças".
O vice-presidente da AEP considera, por isso, fundamental que o Estado "cumpra a promessa de pagar as suas dívidas". Há empresas a queixar-se que esse dinheiro "não está a chegar", e a AEP apela para que, a 15 de Fevereiro, o Governo faça um "ponto de situação sobre os pagamentos efectuados e os montantes ainda em dívida". Quer ainda que seja adiada, para finais de 2010, a exigência de elevação para 8% do rácio de solvabilidade Tier 1 da banca e o fim imediato do Pagamento Especial por Conta (PEC). "É imoral exigir-se o pagamento do PEC em Abril quando se sabe que a maioria delas vai ter lucros reduzidos ou negativos", diz.
Ricardo Salgado, presidente do BES, reconheceu, na apresentação das contas do banco, que as PME portuguesas pagam hoje spreads de 7% nos seus empréstimos, reflectindo o maior custo do funding e a subida do risco. Augusto Morais, presidente da Associação Nacional das PME (ANPME) diz ter conhecimento de empresas a pagar este tipo de taxas, a par do aumento das exigências de garantias - "não só da empresa, mas do empresário a título individual" .
Joaquim Rocha da Cunha, líder da PME Portugal diz não ter conhecimento de uma subida tão grande dos spreads cobrados pelos bancos. No entanto, lembra que "sem dinheiro não há negócios", e, por isso, defende que é tempo de "reinventar Portugal e os mercados financeiros", dando como exemplo as Caixas Económicas Regionais. E explica: "Ao contrário de Espanha, nós não temos nenhum mecanismo de amortecimento, o nosso é o chão. Nós, por cá, estamos a salvar instituições como o BPP, que nunca foi um banco de retalho, em vez de nos preocuparmos em criar instrumentos de apoio à criação de bancos associativos e regionais a exemplo do que existe por essa Europa fora". Para o presidente da PME Portugal, é "de extrema gravidade estarem a ser praticadas taxas de juro dessa ordem [acima dos 9% e 10%] e só pondo fim ao oligopólio bancário se resolve a questão".
O vice-presidente da AEP considera, por isso, fundamental que o Estado "cumpra a promessa de pagar as suas dívidas". Há empresas a queixar-se que esse dinheiro "não está a chegar", e a AEP apela para que, a 15 de Fevereiro, o Governo faça um "ponto de situação sobre os pagamentos efectuados e os montantes ainda em dívida". Quer ainda que seja adiada, para finais de 2010, a exigência de elevação para 8% do rácio de solvabilidade Tier 1 da banca e o fim imediato do Pagamento Especial por Conta (PEC). "É imoral exigir-se o pagamento do PEC em Abril quando se sabe que a maioria delas vai ter lucros reduzidos ou negativos", diz.
Ricardo Salgado, presidente do BES, reconheceu, na apresentação das contas do banco, que as PME portuguesas pagam hoje spreads de 7% nos seus empréstimos, reflectindo o maior custo do funding e a subida do risco. Augusto Morais, presidente da Associação Nacional das PME (ANPME) diz ter conhecimento de empresas a pagar este tipo de taxas, a par do aumento das exigências de garantias - "não só da empresa, mas do empresário a título individual" .
Joaquim Rocha da Cunha, líder da PME Portugal diz não ter conhecimento de uma subida tão grande dos spreads cobrados pelos bancos. No entanto, lembra que "sem dinheiro não há negócios", e, por isso, defende que é tempo de "reinventar Portugal e os mercados financeiros", dando como exemplo as Caixas Económicas Regionais. E explica: "Ao contrário de Espanha, nós não temos nenhum mecanismo de amortecimento, o nosso é o chão. Nós, por cá, estamos a salvar instituições como o BPP, que nunca foi um banco de retalho, em vez de nos preocuparmos em criar instrumentos de apoio à criação de bancos associativos e regionais a exemplo do que existe por essa Europa fora". Para o presidente da PME Portugal, é "de extrema gravidade estarem a ser praticadas taxas de juro dessa ordem [acima dos 9% e 10%] e só pondo fim ao oligopólio bancário se resolve a questão".
Comentários
fernanda, | 02/02/09 10:59
Quem manda no nosso país são os bancos
Qual é a surpresa??????
é lá que os "comilões" têm as fortunas que nos roubam,
como querem que eles apoiem as empresas e não os bancos?????
votem PS e PSD
Continuem com a dar a esses "comilões" o pão nosso de cada dia!!!!!!!!!!!
SB, | 02/02/09 11:11
Uma vergonha... não há nada pior que os bancos!
Querem mesmo saber quais os culpados pela crise mundial?? Sim, são eles mesmo, os bancos, essas sanguessugas hipócritas, desonestas e vergonhosamente bem cotadas na sociedade.
Ainda recebem ajudas pelos milhões que perdem na utilização indevida do dinheiro dos clientes.
Deviam pagar bem alto os lucros que recebem anualmente.
tata, | 02/02/09 11:29
Isto já nem merece comentários!............................................
Sem papas na língua, Porto | 02/02/09 11:34
Esta gente simplesmente "passeia-se", neste pântano chamado de Portugal...
josé, | 02/02/09 11:39
isto são as ajudas que o governo dá ás empresas para se defenderem da crise,
é uma vergonha,os bancos pagarem juros na ordem dos 2% nos depositos dos clientes,e levam 10% nos empréstimos que fazem,depois ainda abrem falência.
é tudo a roubar.
REALISTA, | 02/02/09 12:01
primeiro os barões do petróleo, depois os bancos, onde é que vamos parar?! é como eu digo depois chegam ao fim do semestre com lucros milionários, dão os bónus milionários e depois apresentam falência......a minha pergunta é onde está a fiscalização, o famoso Banco de Portugal será só para aparecer na TV e dar estimativas. Se estas atitudes não mudam, então o mundo vai cair numa revolução total, pois no momento em que a grande parte da classe média virar extrema pobreza so lhe resta cair na violência porque infelizmente a fome existe, e com a facilidade de perder a casa como hoje em dia é, um homem tem de lutar para sobreviver....e depois querem chamar isto de 1 mundo, quando na realidade apenas somos um pais do 3 mundo camuflado
Pedro, Almada | 02/02/09 12:02
Mais uma prova que este governo não protege os portugueses.
mm, | 02/02/09 12:09
O melhor mesmo é fechar as portas e mandar mais 16 funcionários para o desemprego..... se não daqui a nada fico sem património conseguido ao longo de muitos anos e através de muito trabalho e muito suor.
Não vou andar a trabalhar para o estado e para os "papões" dos bancos.
Autoridade, | 02/09/12:27
Os bancos são autênticos saqueadores da economia...
Em apenas poucos dias "sacaram" da minha conta sem dar "cavaco a ninguém" mais de 2000 euros(BCP)... E os Supervisores continuam ignorando, depois de infinitas persuasões...
Continuam a serem criminosos... Devemos continuar a demonizar os bancos, porque matam o cliente aos bocados...
É muito complicado... Foram os "maiorais bancários que assaltaram os seus próprios bancos" e não aceitam devolver o que tiraram (confiança)... E depois não aceitam ser mandados por ninguém...
MP, Vale de Cambra | 02/02/09 12:46
Não se admirem!! Só o BCP cobra de spread 7,5% e o Finibanco 6,5%. Esses mesmos que em 1999 e 2000 entraram pela porta dentro a oferecer dinheiro a baixos preços! Agora que não temos capacidade de negociação eles sugam tudo!! É uma vergonha o que se passa neste país!
Os Portugueses deveriam unir-se e deixar de pagar os seus empréstimos - TODOS - até haver uma resolução. É triste viver num país assim. O fosso cada vez é maior. A continuar assim vai ser pior do que no Brasil. são os multimilionários por um lado e os pobres do outro! Já imaginaram os problemas sociais que isso acarreta?
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