O dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, acusou esta sexta-feira o Banco Espírito Santo (BES) de receber uma parte da fortuna de Augusto Pinochet, citando notícias de imprensa estrangeira, depois de o banco ter desmentido esta informação quinta-feira.
Louçã lembrou, em declarações aos jornalistas no Parlamento, o que afirmou quinta-feira durante o debate do pacote de projectos do BE contra a corrupção, quando acusou o BES de ter «escondida parte da fortuna de Augusto Pinochet, segundo a Justiça chilena, que não consegue reaver o dinheiro».
Declarações desmentidas pelo banco no mesmo dia, que acusou o líder bloquista de ter «uma estranha e patológica obsessão pelo BES» e de mentir «de forma propositada», garantindo não existir qualquer relação financeira com o antigo ditador chileno.
Esta sexta-feira, Francisco Louçã refutou as «aleivosas mentiras» do banco, citando artigos da agência Reuters, do Financial Times e da revista Forbes para reiterar as suas declarações.
«Ricardo Salgado já tinha admitido»
«A grande imprensa de referência internacional identifica o Banco Espírito Santo como receptador de uma parte da fortuna de Augusto Pinochet. Foi há quatro anos e a Justiça chilena ainda não tem resposta», sublinhou o dirigente bloquista.
Louçã disse ainda que «há cerca de 20 mil milhões de dólares identificados pela Justiça, que quer reaver esse dinheiro. A família de Pinochet não pode ficar com a herança desse dinheiro roubado ao país por um ditador».
«Houve já um momento em que o doutor Ricardo Salgado [presidente do BES] reconheceu que isto era verdade, até veio dizer que iria despedir o director da agência de Miami. Ou seja, tinha mesmo ocorrido. Não se vai despedir um director pelo facto de ele ter recusado o dinheiro e de ter cumprido as leis. Só se poderia despedir se ele tivesse recebido dinheiro sujo», insistiu.
«Faria melhor o doutor Ricardo Salgado dar resposta cabal à justiça chilena e faria melhor todo o banco saber que não pode proteger dinheiro criminoso», sustentou.
Sobre declarações de Salgado sobre o fim dos «off-shores», Francisco Louçã defendeu que «das duas uma: ou é uma aministia para crimes cometidos nesses «off-shores», e eu digo-lhe que não, ou trata-se de uma amnistia fiscal para o dinheiro que não foi pago por quem utilizou esses «off-shores» e eu digo que não também», atirou.
Sem comentários:
Enviar um comentário