A tendência continua. Desde que a crise do ‘subprime’ começou, há 17 meses, que o valor dos resgates de fundos de investimento mobiliário tem vindo a superar o das subscrições. Neste período, os resgates líquidos (diferença entre subscrições e resgates) superaram os 12 mil milhões de euros, o que representa uma média de 24 milhões por dia.
No entanto, em Novembro, registou-se uma diminuição para mais de metade no volume das entradas e saídas destes produtos de investimento. Os resgates foram de cerca de mil milhões de euros, enquanto as subscrições se ficaram pelos 388 milhões.
Desde o início do ano, o montante sob gestão das entidades nacionais desceu 41%, cifrando-se, no final de Novembro, nos 15,2 mil milhões de euros. Os números constam num relatório divulgado ontem pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP).
A explicação para estes dados mantém-se. A crise atingiu o preço de praticamente todas as classes de activos, com o sentimento dos investidores a ser o da aversão a aplicações com maior nível de risco. Para além dos problemas nos mercados de crédito, a turbulência deixou marcas profundas nas bolsas, que desde Janeiro apresentam derrocadas a rondar os 40%.
As desvalorizações nos mercados conduziram a que grande parte dos fundos geridos pelas casas nacionais registassem perdas, levando os investidores a optarem por retirar as aplicações feitas nestes produtos.
De acordo com o responsável por uma sociedade gestora, que preferiu não ser identificado, a situação não é diferente da que se passa no resto da Europa e nos EUA. Os aforradores estão a substituir os investimentos em fundos pelos depósitos bancários, tidos como aplicações de menor risco e que nos últimos meses têm oferecido rentabilidades atractivas.
Fundos Especiais de Investimento imunes à crise
Em 2008, apenas uma das 23 categorias analisadas pela APFIPP apresenta um crescimento nos volumes geridos. Os Fundos Especiais de Investimento (FEI) apresentam subscrições líquidas de 375,5 milhões de euros em 2008 e conseguiram aumentar o valor sob gestão em mais de 18% desde o início do ano. Estes fundos permitem uma maior flexibilidade de investimento e de alocação de activos ao gestor. Em contrapartida, os Fundos de Tesouraria Euro, a categoria com maior volume sob gestão, tiveram resgates líquidos de 2,48 mil milhões de euros em 2008. Estes fundos são encarados como uma aplicação conservadora. Para além da fuga para os depósitos, estes números podem indiciar que, ao investir, os aforradores estão a privilegiar produtos alternativos e mais descorrelacionados do mercado.
Fundos em crise
- Os Fundos de Obrigações Taxa Indexada Euro perderam 54,1% dos activos sob gestão em 2008. Os resgates líquidos foram de 2,85 mil milhões de euros. A média da rentabilidade destes produtos este ano é negativa: -8,28%.
- Os investidores continuam a retirar as suas aplicações dos fundos PPR. Em 2008, o património sob gestão destes produtos teve uma quebra de 40%. As rentabilidades destes produtos oscilam, desde Janeiro, entre ganhos de 5,18% e perdas de 29,35%.
- Com a turbulência nos mercados os Fundos com Protecção de Capital conseguiram aumentar a quota de mercado este ano de 10,5% para 15%. Apesar disto, apresentam resgates líquidos de 373 milhões de euros no ano.
No entanto, em Novembro, registou-se uma diminuição para mais de metade no volume das entradas e saídas destes produtos de investimento. Os resgates foram de cerca de mil milhões de euros, enquanto as subscrições se ficaram pelos 388 milhões.
Desde o início do ano, o montante sob gestão das entidades nacionais desceu 41%, cifrando-se, no final de Novembro, nos 15,2 mil milhões de euros. Os números constam num relatório divulgado ontem pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP).
A explicação para estes dados mantém-se. A crise atingiu o preço de praticamente todas as classes de activos, com o sentimento dos investidores a ser o da aversão a aplicações com maior nível de risco. Para além dos problemas nos mercados de crédito, a turbulência deixou marcas profundas nas bolsas, que desde Janeiro apresentam derrocadas a rondar os 40%.
As desvalorizações nos mercados conduziram a que grande parte dos fundos geridos pelas casas nacionais registassem perdas, levando os investidores a optarem por retirar as aplicações feitas nestes produtos.
De acordo com o responsável por uma sociedade gestora, que preferiu não ser identificado, a situação não é diferente da que se passa no resto da Europa e nos EUA. Os aforradores estão a substituir os investimentos em fundos pelos depósitos bancários, tidos como aplicações de menor risco e que nos últimos meses têm oferecido rentabilidades atractivas.
Fundos Especiais de Investimento imunes à crise
Em 2008, apenas uma das 23 categorias analisadas pela APFIPP apresenta um crescimento nos volumes geridos. Os Fundos Especiais de Investimento (FEI) apresentam subscrições líquidas de 375,5 milhões de euros em 2008 e conseguiram aumentar o valor sob gestão em mais de 18% desde o início do ano. Estes fundos permitem uma maior flexibilidade de investimento e de alocação de activos ao gestor. Em contrapartida, os Fundos de Tesouraria Euro, a categoria com maior volume sob gestão, tiveram resgates líquidos de 2,48 mil milhões de euros em 2008. Estes fundos são encarados como uma aplicação conservadora. Para além da fuga para os depósitos, estes números podem indiciar que, ao investir, os aforradores estão a privilegiar produtos alternativos e mais descorrelacionados do mercado.
Fundos em crise
- Os Fundos de Obrigações Taxa Indexada Euro perderam 54,1% dos activos sob gestão em 2008. Os resgates líquidos foram de 2,85 mil milhões de euros. A média da rentabilidade destes produtos este ano é negativa: -8,28%.
- Os investidores continuam a retirar as suas aplicações dos fundos PPR. Em 2008, o património sob gestão destes produtos teve uma quebra de 40%. As rentabilidades destes produtos oscilam, desde Janeiro, entre ganhos de 5,18% e perdas de 29,35%.
- Com a turbulência nos mercados os Fundos com Protecção de Capital conseguiram aumentar a quota de mercado este ano de 10,5% para 15%. Apesar disto, apresentam resgates líquidos de 373 milhões de euros no ano.
Gestoras dos grandes bancos responsáveis por 84% das perdas
As elevadas quedas dos mercados bolsistas continuam a abalar a indústria de fundos, e Portugal não é excepção. Que o digam as sociedades gestoras ligadas aos grandes grupos bancários – CGD, BCP, BES, BPI e Santander. No conjunto, desde o início deste ano, as gestoras dos cinco grandes são responsáveis por 84% do saldo líquido negativo, segundo os últimos dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP).
Nos primeiros 11 meses deste ano, o saldo total entre subscrições e resgates foi negativo em 8,04 mil milhões de euros. As cinco maiores sociedades contribuíram, no mesmo período, com um saldo líquido negativo de 6,77 mil milhões de euros.
A gestora Santander Asset Management foi a que mais contribuiu para este montante, com as subscrições líquidas negativas a ascenderem a 2,27 mil milhões de euros.
A Caixagest ocupa a segunda posição, entre as sociedades que apresentaram o maior volume de resgates. Desde o início deste ano, as subscrições líquidas da sociedade gestora pertencente ao grupo CGD foram negativas em 1,97 mil milhões de euros.
Entre as cinco maiores gestoras, apenas a ESAF contraria a tendência e apresenta um saldo líquido positivo. Este ano, o balanço entre subscrições e resgates foi positivo em 359 milhões de euros. Da mesma forma, em Novembro, foi a única gestora a registar um saldo líquido positivo de 73,5 milhões de euros, o que pode ser explicado, em parte, pelos 130 milhões de euros de subscrições líquidas do fundo “Espírito Santo Rendimento Dinâmico - FEI”.
Em termos de quota de mercado, a Caixagest lidera, com 24,9% e um volume de activos sob gestão de cerca de 3,8 mil milhões de euros em Novembro. A segunda maior gestora de fundos mobiliários em Portugal é a ESAF com 3,01 mil milhões sob gestão e uma quota de 19,8%, seguida pela Santander Asset Management, com uma quota de 15,7% e activos de 2,4 mil milhões de euros.
As elevadas quedas dos mercados bolsistas continuam a abalar a indústria de fundos, e Portugal não é excepção. Que o digam as sociedades gestoras ligadas aos grandes grupos bancários – CGD, BCP, BES, BPI e Santander. No conjunto, desde o início deste ano, as gestoras dos cinco grandes são responsáveis por 84% do saldo líquido negativo, segundo os últimos dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP).
Nos primeiros 11 meses deste ano, o saldo total entre subscrições e resgates foi negativo em 8,04 mil milhões de euros. As cinco maiores sociedades contribuíram, no mesmo período, com um saldo líquido negativo de 6,77 mil milhões de euros.
A gestora Santander Asset Management foi a que mais contribuiu para este montante, com as subscrições líquidas negativas a ascenderem a 2,27 mil milhões de euros.
A Caixagest ocupa a segunda posição, entre as sociedades que apresentaram o maior volume de resgates. Desde o início deste ano, as subscrições líquidas da sociedade gestora pertencente ao grupo CGD foram negativas em 1,97 mil milhões de euros.
Entre as cinco maiores gestoras, apenas a ESAF contraria a tendência e apresenta um saldo líquido positivo. Este ano, o balanço entre subscrições e resgates foi positivo em 359 milhões de euros. Da mesma forma, em Novembro, foi a única gestora a registar um saldo líquido positivo de 73,5 milhões de euros, o que pode ser explicado, em parte, pelos 130 milhões de euros de subscrições líquidas do fundo “Espírito Santo Rendimento Dinâmico - FEI”.
Em termos de quota de mercado, a Caixagest lidera, com 24,9% e um volume de activos sob gestão de cerca de 3,8 mil milhões de euros em Novembro. A segunda maior gestora de fundos mobiliários em Portugal é a ESAF com 3,01 mil milhões sob gestão e uma quota de 19,8%, seguida pela Santander Asset Management, com uma quota de 15,7% e activos de 2,4 mil milhões de euros.
Sem comentários:
Enviar um comentário