Afinal os bancos também podem cair, abatidos pela ganância e invadidos por vigaristas. Esta é a realidade a que nos estamos a habituar desde há quase dois anos, abalados e desnorteados pelo facto de sabermos que o sistema bancário só funciona no actual modelo porque confiamos nele. O que nos pode e deve consolar é a actuação das autoridades e o facto de se estarem a descobrir as vigarices.
A busca incessante de culpados, pelo abalo que parece estar a destruir os alicerces do sistema bancário do mundo ocidental, é a imagem da nossa desorientação, cidadão comum e autoridades. Hoje, com uma grande violência, verificamos que nada nem ninguém tinha condições de proteger as nossas poupanças, se a elas tivessem acesso vigaristas. Como tiveram.
Tínhamos, afinal, na banca uma confiança quase próxima da fé. Sem nunca nos termos dado conta disso. Hoje temos consciência de que também toda a arquitectura da supervisão e regulação estava em grande parte alicerçada na confiança, fundada na carreira e no estatuto de quem dirigia os bancos.
Em Portugal vemos personalidades acima de qualquer suspeita, pelo que já tinham construído na vida, envolvidas em operações de legalidade no mínimo duvidosa, que puseram em causa poupanças, grandes ou pequenas, pouco importa, de quem confiou nelas. Nos Estados Unidos, onde tudo é sempre muito mais claro, vemos um ex-presidente da autoridade de supervisão da bolsa a liderar operações como as que em Portugal tivemos com a D. Branca, a dita “Banqueira do Povo”.
Como tudo o que acontece e em que não queremos acreditar buscamos culpados. A supervisão tem sido um dos alvos, em Portugal, numa dimensão de agressividade irracional - ou talvez não. Porque, se se pode compreender que um cidadão menos informado culpe o polícia porque foi roubado pela pessoa em quem mais confiava, já menos razoável é que personalidades bem informadas, que sabem bem como funciona o sistema, olhem para a supervisão como a grande responsável, a grande culpada.
Com os olhos do que já vimos nos últimos quase dois anos, é hoje claro que, mais importante do que todas as regras, o sistema bancário estava alicerçado na confiança que as autoridades tinham na capacidade e seriedade dos banqueiros. Não era qualquer um que chegava ao topo de uma instituição financeira. A sua carreira ou a sua história familiar, idónea e profissional, justificavam essa confiança das autoridades. E todo o sistema estava apoiado no pressuposto da seriedade de quem dirigia os bancos. Porque não existem sistemas de informação, em democracia e mercado livre, que tranquem as portas da vigarice.
O mais grave nesta crise bancária é a ferida que se abriu na confiança que tínhamos nos banqueiros e nos bancos. Não apenas nossa, cidadãos comuns, mas também das autoridades. Hoje nenhum supervisor pode confiar num banqueiro com base no quadro de referências que tinha no passado. E, mais grave ainda, sabe que não terá nunca, em democracia e com a banca em mãos privadas, meios para garantir que nada acontecerá a um banco.
A escolha é nossa. Se queremos liberdade e mercado, teremos de nos sujeitar aos riscos dessa opção. Ninguém será capaz de prevenir vigarices. Teremos de ser nós a escolher melhor o nosso banco, estando atentos à informação dos supervisores.
Os banqueiros, como os idealizávamos, podem estar em vias de extinção. Mas, até mais bem do que mal, há supervisores e há a justiça.
A busca incessante de culpados, pelo abalo que parece estar a destruir os alicerces do sistema bancário do mundo ocidental, é a imagem da nossa desorientação, cidadão comum e autoridades. Hoje, com uma grande violência, verificamos que nada nem ninguém tinha condições de proteger as nossas poupanças, se a elas tivessem acesso vigaristas. Como tiveram.
Tínhamos, afinal, na banca uma confiança quase próxima da fé. Sem nunca nos termos dado conta disso. Hoje temos consciência de que também toda a arquitectura da supervisão e regulação estava em grande parte alicerçada na confiança, fundada na carreira e no estatuto de quem dirigia os bancos.
Em Portugal vemos personalidades acima de qualquer suspeita, pelo que já tinham construído na vida, envolvidas em operações de legalidade no mínimo duvidosa, que puseram em causa poupanças, grandes ou pequenas, pouco importa, de quem confiou nelas. Nos Estados Unidos, onde tudo é sempre muito mais claro, vemos um ex-presidente da autoridade de supervisão da bolsa a liderar operações como as que em Portugal tivemos com a D. Branca, a dita “Banqueira do Povo”.
Como tudo o que acontece e em que não queremos acreditar buscamos culpados. A supervisão tem sido um dos alvos, em Portugal, numa dimensão de agressividade irracional - ou talvez não. Porque, se se pode compreender que um cidadão menos informado culpe o polícia porque foi roubado pela pessoa em quem mais confiava, já menos razoável é que personalidades bem informadas, que sabem bem como funciona o sistema, olhem para a supervisão como a grande responsável, a grande culpada.
Com os olhos do que já vimos nos últimos quase dois anos, é hoje claro que, mais importante do que todas as regras, o sistema bancário estava alicerçado na confiança que as autoridades tinham na capacidade e seriedade dos banqueiros. Não era qualquer um que chegava ao topo de uma instituição financeira. A sua carreira ou a sua história familiar, idónea e profissional, justificavam essa confiança das autoridades. E todo o sistema estava apoiado no pressuposto da seriedade de quem dirigia os bancos. Porque não existem sistemas de informação, em democracia e mercado livre, que tranquem as portas da vigarice.
O mais grave nesta crise bancária é a ferida que se abriu na confiança que tínhamos nos banqueiros e nos bancos. Não apenas nossa, cidadãos comuns, mas também das autoridades. Hoje nenhum supervisor pode confiar num banqueiro com base no quadro de referências que tinha no passado. E, mais grave ainda, sabe que não terá nunca, em democracia e com a banca em mãos privadas, meios para garantir que nada acontecerá a um banco.
A escolha é nossa. Se queremos liberdade e mercado, teremos de nos sujeitar aos riscos dessa opção. Ninguém será capaz de prevenir vigarices. Teremos de ser nós a escolher melhor o nosso banco, estando atentos à informação dos supervisores.
Os banqueiros, como os idealizávamos, podem estar em vias de extinção. Mas, até mais bem do que mal, há supervisores e há a justiça.
OBS:
Muito correcto este comentário...
Os meus parabéns "Helena Garrido"
Comentários:
Autoridade
É VERGONHA MUNDIAL, NEM NOS PAÍSES QUE SE DIZEM DO 3º MUNDO!... VEJAM O EXEMPLO DO BCP:
- CONTINUA A EXTORQUIR E A SAQUEAR DINHEIROS DAS CONTAS DAS VÍTIMAS (CLIENTES) SILENCIADAS E INDEFESAS, DANDO SEGUIMENTO PARA O BANCO DE PORTUGAL COMO SENDO DÍVIDA DE INCUMPRIMENTO (CRC) DO CLIENTE. ASSIM DESTA FORMA O CLIENTE FICA CADASTRADO NO BANCO DE PORTUGAL PARA TODA A SUA VIDA, NÃO PODENDO FAZER QUALQUER MOVIMENTO BANCÁRIO... ENQUANTO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS CONTINUAM INTOCÁVEIS E AINDA GOZAM...
convi
Banqueiros oportunistas ou gatunoides?
As duas coisas! Todavia os governantes e o BdP e a CMVM permitem que isto assim continue. E nada lhes sucede. Constâncio ganha que nem um nababo! É um reizinho que falhou na política e que,sendo ou não competente tecnicamente é um péssimo "regulador". Quanto aos administradores bancários são indivíduos sem escrúpulos(obviamente que existem excepções!) já que os casos BCP, BPN e BPP são reveladores de utilização de metodologias que constituem esbulho e fraude.
Afinal o que se aproveita neste país?No futebol... Os árbitros estão sob constante suspeita, na política... É um caos(desde as autarquias até ao poder central), na justiça...
Existe morosidade e suspeição(de ordem técnica ou de competência e de abuso de poder, sendo de trazer à colação as declarações do Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados).
Portugal parece um país do terceiro-mundo!
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