
O JPMorgan acredita que os três maiores bancos nacionais cotados, o BCP, o BES e o BPI, vão necessitar de um máximo de 3,1 mil milhões de euros para fortalecerem os rácios de solvabilidade, sendo a instituição liderada por Carlos Santos Ferreira aquela que suscita maior preocupação ao banco de investimento norte-americano.
“Estamos preocupados com as posições de capital dos bancos portugueses, receando que não seja fortes o suficiente para lidarem com o actual ambiente” económico, referem os analistas Ignacio Cerezo e Andrea Unzueta, do JPMorgan, numa nota de “research” sectorial emitida hoje, a que o Negócios teve acesso.
O BES apresenta um “core tier 1” de 5,5%, o BCP de 6,1% e o BPI de 7%, segundo o banco de investimento. Nesta base, “advogamos uma recapitalização generalizada dos bancos portugueses”, salienta.
O JPMorgan estima “as necessidades de capital em 850 milhões a 1,6 mil milhões de euros para o BCP, entre 850 milhões e 1,2 mil milhões para o BES e cerca de 350 milhões para o BPI”.
Queda de 26% dos lucros ao ano até 2011
Na mesma nota de investimento, o JPMorgan efectuou um corte de 55% a 70% nas estimativas de resultados do BCP, BES e BPI. Assim, o banco norte-americano prevê uma quebra acentuada dos lucros das três instituições financeiras cotadas nacionais.
Antecipa uma descida média anual de 26% nos resultados líquidos agregados, entre 2008 e 2011, como reflexo do “anémico crescimento na concessão de crédito, queda na margem financeira e do aumento gradual do crédito malparado”.
“Targets” descem e BCP com margem para cair
Com base neste cenário, os analistas Ignacio Cerezo e Andrea Unzuet reviram as avaliações atribuídas a cada um dos três bancos. As recomendações mantiveram-se, mas os “targets” caíram, sendo o BCP o único a apresentar potencial de queda face à cotação actual.
O novo preço-alvo para as acções do liderado por Carlos Santos Ferreira é de 0,71 euros, o que compara com os anteriores 1,25 euros, e a cotação actual de 0,81 euros. O BCP tem potencial para cair 12,35%, sendo “o menos preferido” do JPMorgan para quem os títulos “não incluem o provável aumento de capital”.
A avaliação do BPI, “a nossa preferência”, foi a que sofreu a maior redução, mas o “target” continua a conferir margem de progressão de 7,78% face ao novo preço-alvo de 3,70 euros. O BES, apresenta um potencial de subida de quase 30%, apesar do corte de 37,5% do “target” para 8,00 euros.
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