Futuro. Depois da 'guerra' de 2007, um grupo de accionistas do BCP tenta resolver o 'buraco' de 2 mil milhões de euros, ou seja, as imparidades que provocaram junto de alguns bancos portugueses. A meta é vender ao BBVA, mas o banco espanhol só admite a hipótese com o aval das autoridades
Um grupo de accionistas do Banco Comercial Português (BCP) está a tentar convencer o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) a comprar o conjunto das suas participações no banco, que perfaz actualmente cerca de 25% do capital.
Segundo o DN apurou, estes accionistas - onde se inclui a Teixeira Duarte, Joe Berardo, Manuel Fino, o Banco Privado Português (BPP), a Moniz da Maia, a Logoplaste, a Têxtil Manuel Gonçalves e João Pereira Coutinho - terão contraído empréstimos junto da banca portuguesa para comprar acções do BCP, nomeadamente durante a "guerra" para o controlo do banco em 2007.
Com a forte queda do título BCP, acções que serviram de garantia ao financiamento junto dos bancos, estes accionistas estão já em incumprimento no pagamento destes empréstimos. Segundo fontes contactadas pelo DN, os bancos financiadores, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o próprio BCP e o Banco Espírito Santo (BES), estão a braços com imparidades (provisões que são necessárias de constituir) que ascendem a cerca de dois mil milhões de euros, para financiamentos totais concedidos de cerca de três mil milhões de euros.
Só a CGD contará com imparidades entre mil e 1,2 mil milhões de euros.
O DN contactou alguns destes accionistas vendedores e advogados seus representantes, mas ninguém quis prestar esclarecimentos sobre o assunto, sem contudo negar estas negociações.
De acordo com a edição de ontem do Público, o BBVA teria sondado as autoridades portuguesas, nomeadamente o Presidente da República, o primeiro-ministro e o Banco de Portugal. O mesmo jornal tentou obter uma reacção junto destas entidades, mas não foi possível. Ontem, ao DN, um porta-voz de José Sócrates adiantou desconhecer o assunto.
No entanto, fontes contactadas pelo DN garantem que o primeiro- -ministro sabe destes contactos entre accionistas e o BBVA e não terá apontado obstáculos à concretização do negócio.
O BBVA só estará disposto a avançar para uma possível aquisição de 25% ou 30% do BCP com a não oposição das autoridades portuguesas, à semelhança do que já fez em 1999 e 2003, quando sondou as autoridades portuguesas para entrar no BCP, o que chegou a concretizar-se.
Os accionistas vendedores (que esperam a adesão de outros accionistas) estão a contar com a negociação da operação a um preço de 1,8 euros por acções, o que levaria o BBVA a desembolsar 2,1 mil milhões de euros por 25% do BCP. No entanto, este preço é visto como pouco provável, uma vez que a actual cotação do BCP ronda os 0,75 euros.
Depois da notícia ontem publicada pelo Público, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) alertou os investidores para o facto dos contactos entre o BBVA e as autoridades não estarem confirmados, pelo que será necessário tomar cuidado na tomada de decisões de investimento, com base em informação não confirmada legalmente.|
Um grupo de accionistas do Banco Comercial Português (BCP) está a tentar convencer o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) a comprar o conjunto das suas participações no banco, que perfaz actualmente cerca de 25% do capital.
Segundo o DN apurou, estes accionistas - onde se inclui a Teixeira Duarte, Joe Berardo, Manuel Fino, o Banco Privado Português (BPP), a Moniz da Maia, a Logoplaste, a Têxtil Manuel Gonçalves e João Pereira Coutinho - terão contraído empréstimos junto da banca portuguesa para comprar acções do BCP, nomeadamente durante a "guerra" para o controlo do banco em 2007.
Com a forte queda do título BCP, acções que serviram de garantia ao financiamento junto dos bancos, estes accionistas estão já em incumprimento no pagamento destes empréstimos. Segundo fontes contactadas pelo DN, os bancos financiadores, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o próprio BCP e o Banco Espírito Santo (BES), estão a braços com imparidades (provisões que são necessárias de constituir) que ascendem a cerca de dois mil milhões de euros, para financiamentos totais concedidos de cerca de três mil milhões de euros.
Só a CGD contará com imparidades entre mil e 1,2 mil milhões de euros.
O DN contactou alguns destes accionistas vendedores e advogados seus representantes, mas ninguém quis prestar esclarecimentos sobre o assunto, sem contudo negar estas negociações.
De acordo com a edição de ontem do Público, o BBVA teria sondado as autoridades portuguesas, nomeadamente o Presidente da República, o primeiro-ministro e o Banco de Portugal. O mesmo jornal tentou obter uma reacção junto destas entidades, mas não foi possível. Ontem, ao DN, um porta-voz de José Sócrates adiantou desconhecer o assunto.
No entanto, fontes contactadas pelo DN garantem que o primeiro- -ministro sabe destes contactos entre accionistas e o BBVA e não terá apontado obstáculos à concretização do negócio.
O BBVA só estará disposto a avançar para uma possível aquisição de 25% ou 30% do BCP com a não oposição das autoridades portuguesas, à semelhança do que já fez em 1999 e 2003, quando sondou as autoridades portuguesas para entrar no BCP, o que chegou a concretizar-se.
Os accionistas vendedores (que esperam a adesão de outros accionistas) estão a contar com a negociação da operação a um preço de 1,8 euros por acções, o que levaria o BBVA a desembolsar 2,1 mil milhões de euros por 25% do BCP. No entanto, este preço é visto como pouco provável, uma vez que a actual cotação do BCP ronda os 0,75 euros.
Depois da notícia ontem publicada pelo Público, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) alertou os investidores para o facto dos contactos entre o BBVA e as autoridades não estarem confirmados, pelo que será necessário tomar cuidado na tomada de decisões de investimento, com base em informação não confirmada legalmente.|
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