O Ministério Público formalizou a acusação a cinco ex-administradores do BCP. A história conta-se em meia dúzia de linhas e em três capítulos...
O Ministério Público formalizou a acusação a cinco ex-administradores do BCP. A história conta-se em meia dúzia de linhas e em três capítulos: i) os factos em causa foram alegadamente praticados entre 1999 e 2007 e passaram pela utilização de ‘offshores' para influenciar a cotação do banco; ii) essas, entretanto, perderam bastante dinheiro que não foi contabilizado nas contas do BCP; iii) o objectivo seria o de empolar os lucros para engordar os prémios dos gestores. Fim da história.
Naturalmente que até trânsito em julgado as pessoas em causa são inocentes. Mas para quem já ouviu contar outras histórias, como aquelas do BPN e do BPP, tem de concordar com Cavaco: a crise veio mostrar que os banqueiros violaram os princípios da transparência e da ética.
Mas não todos. Porque prevaricadores, esses há-os em todas as profissões. E por isso é que é importante o papel e a celeridade da Justiça para separar o trigo do joio. Porque a moral só transitará de vez para o sistema financeiro quando os culpados forem julgados e punidos e, de preferência, em processos que não se arrastem anos nos tribunais, arriscando a prescrição. É verdade que ainda estamos longe da eficácia dos americanos: Madoff confessou as suas aldrabices aos filhos a 10 de Dezembro; é detido pelo FBI a 17 de Dezembro; declara-se culpado a 12 de Março e para a semana vai conhecer a sentença que poderá ditar 150 anos de prisão. No caso BCP temos de concordar com Berardo: "Comparado com a América, o processo foi muito vagaroso, mas para a realidade portuguesa até foi rápido". Já é alguma coisa. O que não pode acontecer é que esta tentativa de moralizar a banca prescreva, para bem do nosso sistema financeiro, um dos mais sólidos a nível europeu.
Sem comentários:
Enviar um comentário