Os empregados garantem que, para além das dificuldades de sustento em que muitos se encontram, cerca de 15 funcionários encontram--se de baixa médica e muitos outros a receber apoio psicológico por não conseguirem lidar com a situação.
Todos falam dos clientes e nós compreendemos. Mas há casais a trabalhar no banco, funcionários com rendas em atraso por causa do impasse no Banco Privado Português. E o Governo rejeita todas as propostas de salvação", refere de forma indignada Miguel Trindade, porta-voz dos mais de 150 colaboradores do BPP que foram ontem recebidos pelos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças.
"Nós confiávamos no banco. Também investimos aqui as nossas poupanças, dos nossos familiares e agora não temos respostas para lhes dar. É uma dupla angústia", salienta Miguel Trindade.
Quando confrontado com as diversas referências do Governo e personalidades do sector bancário sobre a inexistência de risco sistémico se o BPP falir, a reacção é de espanto. "Acho isso uma irresponsabilidade. Se o BPP falir não há uma corrida aos balcões. Mas está a passar-se a mensagem de que os bancos pequenos ou médios podem cair de um momento para o outro. Assim, quem é que mete o dinheiro num banco pequeno?", questiona.
Os trabalhadores estão fartos de esperar por uma solução e garantem que os sucessivos atrasos na apresentação de uma solução só tem uma explicação: "O problema é do calendário eleitoral", alegando que apresentar uma solução antes das eleições poderia custar votos ao PS.
COLABORAR COM A JUSTIÇA
O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, admitiu ontem que a alteração da medida de coacção a Oliveira e Costa, antigo presidente do BPN, "provavelmente também será um sinal" para quem queira ou possa colaborar com a Justiça. Escusando-se a falar acerca de processos concretos, Pinto Monteiro recordou que a medida de coacção é alterada quando os investigadores o entendem.
Cerca de 25 por cento dos trabalhadores do BPP já abandonaram a instituição.
PLANO ARQUIVADO
O mais recente plano para salvar o BPP, apresentado pelo grupo Orey, foi arquivado pelo Banco de Portugal (BdP).
DEMISSÃO REJEITADA
Insatisfeito com a falta de solução, o presidente do BPP, Fernando Adão da Fonseca, pediu a demissão, mas o BdP rejeitou.
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