Ponto da situação.
Primeiro, era apenas uma ‘sub-prime’ circunscrita aos Estados Unidos. Depois, a coisa virou recessão e envolveu todas as economias avançadas.
A globalização, associando tudo, juntou-lhe as economias emergentes. E hoje, para utilizar uma expressão muito em voga, já evoluímos para a pandemia: é à escala mundial que o PIB vai cair em 2009, algo nunca visto nos últimos sessenta anos. É dose!
Como a dose já dura há um ano, começa a falar-se de retoma. E aqui as opiniões coincidem: ela deverá iniciar-se já no decorrer de 2010. Como dizia o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, "estamos a aproximar-nos do ponto de inflexão do ciclo". Mas atenção! Vai ser tudo muito, muito devagarinho, com as variações do produto a não se afastarem da vizinhança de zero. E de 2011 ninguém fala. O pior que poderia acontecer-nos seria assumir que o pior já passou.
À recessão sucede o desemprego, em regra ao retardador. Daí que a situação, já de si muito má, venha ainda a agravar-se em 2010. Perspectivas da Comissão Europeia: a taxa de desemprego, tanto na Europa como nos Estados Unidos, deverá em breve atingir os dois dígitos. E em Espanha poderá mesmo chegar aos 20%, uma situação explosiva. Eis a que deverá ser, para nós todos, a preocupação do momento: com este desemprego poderemos estar à beira de uma tragédia.
Que a retoma, lenta no seu conjunto, se processe também a velocidades diferentes parece normal. São os constrangimentos que o determinam. Há países com défices orçamentais de tal modo elevados que já não têm espaço para estímulos: os Estados Unidos, a Inglaterra, a França. E há países com tais dívidas na ordem externa que até o custo do dinheiro é insuportável: a Irlanda, a Grécia, a Espanha.
É aqui que entra o nosso destino. Se são aqueles os constrangimentos, Portugal vai enfrentar os dois: o défice e a dívida. E ainda um terceiro, este específico: a nossa estrutura produtiva é de tal modo caduca que nem com salários miseráveis conseguimos competir. A seguir vem o óbvio. Quando a etapa da retoma se iniciar, estaremos curvados sobre uma bicicleta a cair de podre a pedalar furiosamente na cauda do pelotão.
Chove em Lisboa.
Primeiro, era apenas uma ‘sub-prime’ circunscrita aos Estados Unidos. Depois, a coisa virou recessão e envolveu todas as economias avançadas.
A globalização, associando tudo, juntou-lhe as economias emergentes. E hoje, para utilizar uma expressão muito em voga, já evoluímos para a pandemia: é à escala mundial que o PIB vai cair em 2009, algo nunca visto nos últimos sessenta anos. É dose!
Como a dose já dura há um ano, começa a falar-se de retoma. E aqui as opiniões coincidem: ela deverá iniciar-se já no decorrer de 2010. Como dizia o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, "estamos a aproximar-nos do ponto de inflexão do ciclo". Mas atenção! Vai ser tudo muito, muito devagarinho, com as variações do produto a não se afastarem da vizinhança de zero. E de 2011 ninguém fala. O pior que poderia acontecer-nos seria assumir que o pior já passou.
À recessão sucede o desemprego, em regra ao retardador. Daí que a situação, já de si muito má, venha ainda a agravar-se em 2010. Perspectivas da Comissão Europeia: a taxa de desemprego, tanto na Europa como nos Estados Unidos, deverá em breve atingir os dois dígitos. E em Espanha poderá mesmo chegar aos 20%, uma situação explosiva. Eis a que deverá ser, para nós todos, a preocupação do momento: com este desemprego poderemos estar à beira de uma tragédia.
Que a retoma, lenta no seu conjunto, se processe também a velocidades diferentes parece normal. São os constrangimentos que o determinam. Há países com défices orçamentais de tal modo elevados que já não têm espaço para estímulos: os Estados Unidos, a Inglaterra, a França. E há países com tais dívidas na ordem externa que até o custo do dinheiro é insuportável: a Irlanda, a Grécia, a Espanha.
É aqui que entra o nosso destino. Se são aqueles os constrangimentos, Portugal vai enfrentar os dois: o défice e a dívida. E ainda um terceiro, este específico: a nossa estrutura produtiva é de tal modo caduca que nem com salários miseráveis conseguimos competir. A seguir vem o óbvio. Quando a etapa da retoma se iniciar, estaremos curvados sobre uma bicicleta a cair de podre a pedalar furiosamente na cauda do pelotão.
Chove em Lisboa.
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