“Estamos de facto em presença de uma verdadeira epidemia financeira que atinge vários países ou praças, com extensão e intensidade diferentes, como salta à vista do mais comum dos mortais.”
Mais umas praças do que outras. Mais a América do Tio Sam do que a Europa. Mais os anglo-saxónicos do que os que não perfilham semelhantes doutrinas, e, assim, mais a Europa do Norte do que a do Sul. E há razões concretas que explicam isso: essencialmente a cultura regulatória adoptada, ou seja, a preferência pela auto-regulação contra a regulação administrativa. Trata-se também, no plano prático e individual, do deslumbramento provocado pela luxúria para que os media apelam: o sucesso no cinema, nas novelas, no futebol, no ténis, no golfe, na Fórmula 1 e fundamentalmente, nas empresas que evidenciam os mais ricos do país e do mundo, a excentricidade exaltada e venerada. O gosto pelo crescimento sem limites, quer seja o das famílias quer seja o das empresas. O limite... um inconsciente e não recomendável o inventou; e há quem, mediocremente, goste de repetir o slogan: o limite é o céu! Quem o apregoa, no seu fraco entender, julga que respeita Deus... não! Nega o bom senso e o respeito devido aos seus semelhantes. É um apelo ao espezinhar o vizinho, o companheiro, o colega, um incentivo à violência, ao vale tudo, e tudo sem limites. No início, eram as famílias as proprietárias das empresas. Depois foi a sofisticação e o mercado em bolsa conduziu à profissionalização, à competência, ao conhecimento. E a tecnologia evolui e o mundo abateu as barreiras económicas, financeiras e geográficas que afastavam as civilizações. E caiu o muro de Berlim. Mas como o limite para o crescimento era o céu, o que quer dizer não sem limites – ainda ninguém disse onde fica o céu – os gestores profissionais rapidamente tornaram-se proprietários, beneficiários dos seus honorários e de prémios pela valorização em bolsa das acções das empresas que administravam. A criatividade financeira explodiu. Tudo o que fosse fazer subir o preço em bolsa dos títulos valia para os accionistas sem responsabilidade na gestão, até para ao pequenos accionistas que valorizavam as suas pequenas poupanças, e, decisivamente, para os gestores com prémios associados e opções sobre o capital que se valorizavam. Todos ganhavam. Um mundo económico perfeito, mas insustentável. Um destes dias, o castelo, na verdade de cartas, que tantos cérebros, intuitivos e académicos erigiram e contemplavam, desmoronou-se:
A “mão invisível”, afinal, não era mão, nada corrigiu, revelou-se ser apenas uma contrafacção. A auto-regulação, simplesmente uma miragem. O orçamento do Estado, uma vez mais: a salvação. Eis uma mão visível. Não vale a pena para a compreendermos a actual crise compará-la com outras crises passadas. Nenhuma crise é igual a outra: nem quanto às causas que lhe dão origem nem quanto ao ambiente, ou hospedeiro, em que se desenvolvem, nem quanto aos efeitos que produzem. Por isso, os remédios têm de ser diferentes. O actual paliativo, injecção de liquidez no mercado, é necessário e indispensável, mas, obviamente, não é a solução. No entanto, a recusa em aplicá-lo levará inexoravelmente à catástrofe económica, e nenhum remédio surtirá efeito, pela simples razão de que o corpo a que se destina já não tem vida. Porventura, vamos ter também que passar por um feriado concedido às bolsas de valores, podendo ser mais longo do que a normal “ponte” aproveitada pelos trabalhadores em dias úteis que se intrometem entres feriados e o fim-de-semana. A necessidade de uma organização internacional de concertação ou regulação dos mercados financeiros e das matérias-primas é já evidente. Precisa-se nesse dom ínio de uma mão visível.
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Comentário:
Vejam este exemplo,
Deutsche Bank reduz preço-alvo do BCP para 90 cêntimos por acção
O Deutsche Bank baixou o preço-alvo para os títulos do Millennium bcp de 1,00 euro para os 90 cêntimos, na sequência da revisão em baixa das previsões de lucro por acção para o banco privado português, mantendo inalterado a sua recomendação de 'vender'
Todos sabemos que enquanto o BCP não resolver urgentemente os problemas dos lesados do "Caso BCP 2000/2001", jamais haverá sossego financeiro em Portugal....
Deutsche Bank reduz preço-alvo do BCP para 90 cêntimos por acção
O Deutsche Bank baixou o preço-alvo para os títulos do Millennium bcp de 1,00 euro para os 90 cêntimos, na sequência da revisão em baixa das previsões de lucro por acção para o banco privado português, mantendo inalterado a sua recomendação de 'vender'
Todos sabemos que enquanto o BCP não resolver urgentemente os problemas dos lesados do "Caso BCP 2000/2001", jamais haverá sossego financeiro em Portugal....
O "CASO MILLENNIUM BCP"(principal culpado da crise financeira em Portugal ) em que este banco desgraçou financeiramente milhares de famílias e ainda acabou por ser apoiado pelo Governo em milhares de milhões de euros de empréstimos!... E depois de haver promessas dos Supervisores bancários, em terem obrigatoriamente de ressarcir essas famílias lesadas...
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