Conferência juntou diversos especialistas para apresentar soluções para os carenciados
Em Portugal, 18% da população é pobre e assim continuará se insistirmos na lógica assistencialista e no actual modelo económico. Assim se concluiu, ontem, sábado, num debate sobre a pobreza, na Faculdade de Economia do Porto.
A iniciativa - designada "O que sabemos sobre a pobreza em Portugal" e que juntou vários especialistas, pretendendo ser uma justa homenagem à investigadora Leonor Vasconcelos Ferreira, que dedicou parte significativa da sua vida e carreira académica às questões da pobreza - partiu do princípio de que a pobreza involuntária não pode ser vista como uma fatalidade, mas como uma violação dos direitos humanos.
É, portanto, toda a sociedade que tem que se comprometer com este problema. "As medidas pontuais não vão ao fundo da questão. A pobreza e a crise económica são consequência também da própria crise do actual modelo económico que tem que ser alterado", começou Manuela Silva, professora do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
Rever o conceito de empresa
Aquela especialista acrescenta que "a economia tem que estar ao serviço das pessoas, ideia que impõe a revisão do próprio conceito de empresa"." A empresa tem que ter responsabilidade social, porque a empresa não é só capital, é uma realidade social complexa", defendeu.
E porque a economia deveria ser inclusiva - isto é, dar oportunidade a todos quantos queiram de ter uma vida com dignidade - deveria apostar em medidas de fundo como, por exemplo, o microcrédito. "O microcrédito é, sobretudo, um processo de inserção que, criando emprego sustentável, beneficia a sociedade inteira pelas vantagens que a inserção de todos traz", explicou Manuel Brandão Alves, ex-presidente da Associação Nacional de Direito ao Crédito e professor do ISEG.
Acima de tudo porque uma economia que não é sustentável, ou seja, que produz pobreza, é uma economia que quebra a coesão social, que "ameaça a paz", reiterou Manuela Silva. Uma paz que deve ter na sua base a Educação.
"Quanto mais instrução tem a pessoa, menor é o risco de pobreza. Quanto mais educação, maior é a participação no mercado", argumentou Nuno Alves, do Banco de Portugal. "Um quarto da população pobre é trabalhadora, mas condenada à precariedade, devido à parca instrução", informou.
Estas seriam medidas de fundo essenciais para se acabar também com uma lógica meramente assistencialista. "É indispensável que as ajudas sociais sejam acompanhadas de capacitação dos beneficiários para que, no final do apoio, possam estar realmente preparados para integrar o mercado", relembrou Isabel Jonet, do Banco Alimentar. Tudo isto acompanhado de "uma boa rede de equipamentos sociais", terminou Ana Cardoso, investigadora do centro de Estudos para a Intervenção Social.
Em Portugal, 18% da população é pobre e assim continuará se insistirmos na lógica assistencialista e no actual modelo económico. Assim se concluiu, ontem, sábado, num debate sobre a pobreza, na Faculdade de Economia do Porto.
A iniciativa - designada "O que sabemos sobre a pobreza em Portugal" e que juntou vários especialistas, pretendendo ser uma justa homenagem à investigadora Leonor Vasconcelos Ferreira, que dedicou parte significativa da sua vida e carreira académica às questões da pobreza - partiu do princípio de que a pobreza involuntária não pode ser vista como uma fatalidade, mas como uma violação dos direitos humanos.
É, portanto, toda a sociedade que tem que se comprometer com este problema. "As medidas pontuais não vão ao fundo da questão. A pobreza e a crise económica são consequência também da própria crise do actual modelo económico que tem que ser alterado", começou Manuela Silva, professora do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
Rever o conceito de empresa
Aquela especialista acrescenta que "a economia tem que estar ao serviço das pessoas, ideia que impõe a revisão do próprio conceito de empresa"." A empresa tem que ter responsabilidade social, porque a empresa não é só capital, é uma realidade social complexa", defendeu.
E porque a economia deveria ser inclusiva - isto é, dar oportunidade a todos quantos queiram de ter uma vida com dignidade - deveria apostar em medidas de fundo como, por exemplo, o microcrédito. "O microcrédito é, sobretudo, um processo de inserção que, criando emprego sustentável, beneficia a sociedade inteira pelas vantagens que a inserção de todos traz", explicou Manuel Brandão Alves, ex-presidente da Associação Nacional de Direito ao Crédito e professor do ISEG.
Acima de tudo porque uma economia que não é sustentável, ou seja, que produz pobreza, é uma economia que quebra a coesão social, que "ameaça a paz", reiterou Manuela Silva. Uma paz que deve ter na sua base a Educação.
"Quanto mais instrução tem a pessoa, menor é o risco de pobreza. Quanto mais educação, maior é a participação no mercado", argumentou Nuno Alves, do Banco de Portugal. "Um quarto da população pobre é trabalhadora, mas condenada à precariedade, devido à parca instrução", informou.
Estas seriam medidas de fundo essenciais para se acabar também com uma lógica meramente assistencialista. "É indispensável que as ajudas sociais sejam acompanhadas de capacitação dos beneficiários para que, no final do apoio, possam estar realmente preparados para integrar o mercado", relembrou Isabel Jonet, do Banco Alimentar. Tudo isto acompanhado de "uma boa rede de equipamentos sociais", terminou Ana Cardoso, investigadora do centro de Estudos para a Intervenção Social.
1 comentário:
o apoio social tem que ser direccionada para a criação de valor ...
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