quarta-feira, 30 de junho de 2010

MP contesta impugnação da coima - "Cinco milhões de euros são trocos para o BCP"


O Ministério Público (MP) defendeu esta manhã que o BCP deve pagar a coima de cinco milhões de euros que lhe foi aplicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) por prestação de informação falsa ao mercado, no âmbito da utilização de sociedades “offshores” para compra de acções próprias.

“São trocos para o BCP”, afirmou o representante do MP na primeira sessão do julgamento relativo à impugnação judicial da coima interposta pelo banco liderado por Carlos Santos Ferreira, que começou esta manhã em Lisboa.

Para o MP, “o valor da coima deve ser confirmado sem suspensão parcial”. Afinal, sublinhou o representante do Ministério Público, “houve uma actuação escondida, nas costas do mercado, nas costas dos accionistas” por parte do banco. Isto porque as “offshores”, cujos proveitos e responsabilidades sempre reverteram a favor do BCP, chegaram a ter 5% de capital próprio sem que esse facto fosse reconhecido nas contas do banco.

Nas alegações finais, que se prolongaram por cerca de uma hora, o jurista contestou uma a uma as falhas identificadas pelo BCP no documento de impugnação judicial. Invocou decisões de tribunais superiores para contestar a nulidade pedida pelo banco por considerar que houve sobreposição das funções de supervisor e investigador na actuação da CMVM, o que impediu que o BCP usasse o direito à não incriminação. “A CMVM abriu o processo de contra-ordenação depois do processo de supervisão. Não vejo que haja melhor solução do que esta”, afirmou o procurador.

Quanto às críticas de que o processo foi rápido de mais e que o banco não teve tempo para se defender adequadamente, o MP chegou mesmo a ser irónico. “Todos louvaram a reacção da justiça no caso Madoff. Aqui espanta-me que alguns protestem pela rapidez da justiça”, afirmou, alegando que a CMVM deu ao banco o tempo previsto para se defender e que foi o BCP que prescindiu de apresentar testemunhas.

Durante a tarde caberá aos advogados do banco apresentar os seus argumentos para tentarem evitar o pagamento da coima de cinco milhões de euros.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Famílias portuguesas falham pagamentos mas continuam a pedir crédito


O mal mantém-se: o malparado continua a subir e a concessão de crédito está em valores recorde.

Segundo dados do Banco de Portugal hoje revelados, o crédito malparado na habitação subiu em Abril pelo quinto mês consecutivo e está agora a um pequeno passo dos dois milhões de euros (1,93 mil milhões).

A tendência de subida do malparado também é visível no crédito ao consumo. Aí o crédito de cobrança duvidosa aumentou para 1,12 mil milhões de euros.

No entanto, o crédito concedido para habitação e consumo não pára de aumentar, estando mesmo em valores recorde, um sinal do crescente endividamento das famílias portuguesas.

Em sentido contrário, os empréstimos concedidos às empresas estão no valor mais baixo desde pelo 2001. A taxa de variação anual ajustada a operações de titularização caiu de 1,8 para 1% em Abril.

O Boletim Estatístico do Banco de Portugal mostra ainda que os juros dos depósitos a prazo continuam a cair. Em Abril, a remuneração média destes produtos financeiros, com prazo máximo de um ano, desceu para 1,23%.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Visita do FMI a Espanha assusta economia portuguesa


Empresários reconhecem que a crise espanhola é prejudicial.

Por enquanto, Dominique Strauss-Kahn vai fazer apenas uma visita de oportunidade a Espanha. Mas a coincidência desta inesperada e pouco explicada reunião com Zapatero - marcada para amanhã - com os rumores de que a economia espanhola poderá necessitar de recorrer ao fundo de emergência da zona euro preocupa economistas e empresários portugueses. Afinal, o colapso financeiro espanhol provocaria um violento abalo em Portugal do que a crise financeira grega.

"O director do FMI está na Europa esta semana, e aproveitará esta oportunidade para discutir os desenvolvimentos da economia global com Zapatero e para se informar dos desenvolvimentos em Espanha, incluindo as políticas e reformas económicas que o Governo está a levar a cabo", disse o porta-voz do Fundo Monetário Internacional, sublinhando que "Espanha não fez nenhum pedido de ajuda financeira".

Apesar de tanto o FMI, como a Comissão Europeia, já terem desmentido as notícias que davam conta da preparação de um pacote de ajuda financeira, Espanha continua sob os holofotes dos agentes económicos internacionais. Até porque o FMI esteve em Espanha há menos de um mês, no âmbito das suas visitas regulares e anuais ao abrigo do artigo 4º.

Do lado de cá da fronteira, a atenção aos desenvolvimentos também é máxima. "Os abalos reais que a economia espanhola sinta reflectem-se em Portugal", comenta José Reis, professor da Universidade de Coimbra. "Afectam o dinamismo da economia portuguesa, a confiança dos agentes, são factores de turbulência em Portugal", explica o economista, lembrando a forte integração ibérica.

Tal como Espanha, Portugal tem sido penalizado no preço do seu financiamento junto dos mercados internacionais e os dois países têm sido alvo de fortes recomendações por parte da Comissão Europeia. Por exemplo, as duas economias ibéricas foram as únicas cuja recomendação de apresentar mais medidas de austeridade para 2011 veio acompanhada de uma quantificação do que é preciso poupar a mais.

"Obviamente que os problemas em Espanha influenciam de forma negativa a actividade económica portuguesa", garantiu Luís Filipe Pereira, presidente da Efacec, reconhecendo que "é um pouco mais difícil fazer negócio em Espanha hoje do que há dois anos". Mas, por outro lado, "é nestas alturas que aparecem oportunidades importantes de aproveitar", acrescentou, lembrando que ontem a Efacec anunciou a compra de uma empresa espanhola.

"Além da queda das exportações, as empresas espanholas, com o seu mercado deprimido, poderão tornar-se mais agressivas no mercado português", frisa, por seu lado, João Serrenho, presidente das Tintas Cin. No primeiros três meses do ano as exportações para Espanha recuperaram significativamente. Depois de terem caído a um ritmo acima de dois dígitos no ano passado, recuperam agora das perdas (ver gráfico). Mas ainda não há dados sobre o comportamento das vendas em Espanha nos meses mais recentes, já depois de os mercados terem subido o preço de financiamento da economia espanhola e de os rumores da necessidade de ajuda terem vindo a público.

"A crise em Espanha não vem ajudar em nada o nosso país", remata Carlos Barbot, presidente das Tintas Barbot. "Mas antes de nos preocuparmos com os outros era bom que arrumássemos a nossa casa", acrescenta

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Bancos da Zona Euro têm "enormes" necessidades de financiamento


O sector bancário da Zona Euro irá nos “próximos anos” defrontar-se com “enormes” necessidades de financiamento, advertiu hoje José González-Paramo, membro da Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE).

“Os 20 maiores grupos bancários da Zona Euro têm cerca de 800 mil milhões de euros de dívida de longo prazo que tem de ser refinanciada entre Maio de 2010 e o final de 2012. Este valor representa quase metade da dívida emitida com maturidade superior a um ano”, disse o antigo membro da direcção do Banco de Espanha.

O alerta surge numa nova fase crítica para a banca europeia – e em especial para a ibérica, que está sem conseguir financiar-se, e a socorrer-se, em volumes recorde, ao crédito do BCE

Em Maio, os bancos portugueses pediram emprestado ao BCE um total de 36 mil milhões de euros, valor que compara com os 17,7 mil milhões no mês anterior, noticia hoje o "Diário Económico".

Já os depósitos de bancos europeus no BCE atingiram 369 mil milhões de euros, valor que supera o “abrigado” em Frankfurt após a falência do Lehman Brothers, o que reflecte uma renovada fase de extrema desconfiança no mercado interbancário.

A penalizar a banca ibérica tem estado o risco de os respectivos países entrarem numa situação de incumprimento ou serem forçados a pedir ajuda à comunidade internacional, o que tem tido consequências pesadas para os bancos, que viram os respectivos “ratings” e balanços degradarem-se, à medida que Portugal e Espanha desceram na classificação das agência de risco.

"Patrão" do FMI estará em Madrid na sexta-feira

Pela terceira vez em pouco mais de uma semana, um jornal – desta feita um espanhol, o “El Economista”, e não publicações alemãs – escreve hoje que a União Europeia, o FMI e o Tesouro dos EUA estão a preparar uma linha de crédito de 250 mil milhões de euros para financiar Espanha.

“Posso negar essa notícia de forma categórica”, afirmou o porta-voz da Comissão Europeia. O Governo de Madrid também já negou a notícia do jornal espanhol, mas no mercado a notícia está a ter reflexos.

A “yield” das obrigações espanholas a 10 anos sobe 9 pontos base para 4,882%, elevando o “spread” face à dívida alemã para 216 pontos base, o que, de acordo com a Bloomberg, representa o valor mais elevado desde 1997.

Espanha tem programada para amanhã uma emissão de dívida que pode revelar-se crucial: 3,5 mil milhões de euros.

A operação surge no dia da cimeira europeia que, em Bruxelas, assinala o fim da presidência espanhola da UE e na véspera de uma deslocação de Dominique Straus-Kahn, director-geral do FMI, a Madrid.

sábado, 12 de junho de 2010

Face Oculta - Armando Vara (BCP) e a inspectora suspeita


"Não conheço a senhora!"
por Inês Serra Lopes, Publicado em 11 de Junho de 2010 |

Arguido no Face Oculta diz ignorar que o papel apreendido sobre o caso Banif vinha da PJ

Na semana em que a inspectora da PJ é arguida por violar segredo de justiça, Vara fala sobre o caso, em exclusivo ao i
Na semana em que a inspectora da PJ é arguida por violar segredo de justiça, Vara fala sobre o caso, em exclusivo ao i

"Não conheço a senhora de lado nenhum! Não tinha nem tenho qualquer interesse naquela informação. E nem sequer atribuí a proveniência do documento à Polícia Judiciária", afirmou Armando Vara, em declarações exclusivas ao i. A "senhora" a quem Vara se refere é uma inspectora da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária que foi esta semana constituída arguida no inquérito de violação do segredo de justiça número 240/09.7TELSB.

O processo foi levantado na sequência da apreensão, no âmbito das buscas do caso Face Oculta, no gabinete de Armando Vara, de um documento com dados que estariam em segredo de justiça. Não se tratava de um documento que fizesse parte do processo mas de um resumo da queixa, incluindo as complicadas movimentações financeiras entre sociedades nacionais e outras constituídas em várias praças offshore, através das quais os dólares de Angola circulavam, num complicado circuito que servia, alegadamente, para comprar acções do Banif.

Caso Banif O documento apreendido era composto por três folhas A4. Ao longo de duas folhas e meia eram sintetizados os dados do chamado processo Banif - movido pelo Estado angolano contra três cidadãos portugueses que Angola teria incumbido de comprar 49% das acções do capital do banco Banif. Angola fazia queixa-crime contra o advogado Francisco Cruz Martins, o gestor Eduardo Capela e o tenente-coronel, já falecido, António Figueiredo, contra quem apresentava um pedido cível de quase 105 milhões de euros.

O caso Banif encontra-se arquivado por desistência da queixa do estado angolano, no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) de Lisboa. A desistência do processo, entregue já com as aceitações dos denunciados, no dia 4 de Janeiro deste ano, afirma que o estado angolano já foi totalmente ressarcido do montante que era pedido. Porém, a desistência refere-se apenas à queixa inicial entregue na Procuradoria-Geral da República.

No entanto, o i consultou o processo e verificou que José Ramada Curto, advogado do queixoso estado angolano, fez um aditamento à queixa em que eram denunciadas várias outras pessoas no caso.

O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal autorizou o levantamento de sigilo bancário relativamente a várias testemunhas do próprio queixoso - todas elas altas personalidades do regime de Angola. Assim, o processo arquivado - que a directora do DCIAP chegou a admitir que continuaria quanto a crimes não denunciados mas indiciados no processo, designadamente branqueamento de capitais -, tem seis volumes e 105 apensos com a documentação bancária cujo sigilo foi levantado pelo juiz Carlos Alexandre.

O documento e as datas A questão que se põe: se Armando Vara não conhecia a inspectora, agora constituída arguida e afastada de funções de investigação, e se não tem qualquer interesse no documento, por que razão tinha os papéis no seu gabinete do BCP? "Talvez porque eu era presidente da BMA (Banco Millennium Angola) e alguém tenha achado que devia tomar conhecimento do assunto", explica Vara. "Quando o papel me chegou às mãos, aliás, já tinha saído tudo nos jornais... Designadamente no i", acrescenta ainda.

Verificadas as datas, as buscas ao gabinete do vice-presidente do BCP (agora auto-suspenso) tiveram lugar a 28 de Outubro de 2009. A primeira notícia que saiu é anterior. Foi capa da edição do i do dia 8 de Setembro, com o título "Queixa-crime: Angola reclama 104 milhões desaparecidos no Banif".


"A Minha passividade é uma forma diferente de resistência activa. Passividade frente ao mal, não significa ausência de qualquer resistência e não é mais do que não resistir ao mal, com o mal mas com o bem. A Resistência é assim considerada num outro nível, mais elevado e bem mais efectivo."

"A MINHA VIDA É A MINHA MENSAGEM"
Homem do Milênio

"My nonresistance is active resistance in a different plane. Nonresistance to evil does not mean absence of any resistance whatsoever but it means not resisting evil with evil but with good. Resistance, therefore, is transferred to a higher and absolutely effective plane."

Mahatma Gandhi

sábado, 5 de junho de 2010

Autoridades admitem que a Hungria pode entrar em bancarrota


Risco da falência da Húngria lança caos na Europa: Portugal sobe probabilidade de incumprimento para 27,33%


And so it ends... Exagerado? Duvido. O governo da Húngria admitiu hoje a forte probabilidade de entrar em bancarrota. O que temos a ver com isso? Tudo. Os derivados de seguros de crédito sobre a dívida soberana Austríaca estão a registar a maior subida do dia. A Áustria, recorde-se tem emprestado ao leste Europeu, sobretudo à Hungria, cerca de 70% do seu PIB. A exposição ao risco de incumprimento é brutal, podendo vários bancos austríacos falir em série, sem possibilidade de honrar compromissos. A consequência? A sua nacionalização, no mau hábito que se instalou, e que o governo Austríaco já seguiu anteriormente. As contas públicas da Áustria ficarão a arder no curtíssimo prazo. E a Áustria, recordemos, é um país da zona Euro.

O contágio torna-se inevitável. A Irlanda, igualmente a braços com um problema de insolvência bancária, atingiu hoje o 10º lugar nos países com maior probabilidade incumprimento da dívida. E como os mercados sabem que a Alemanha não pode acudir a todos, o risco de incumprimento de Portugal voltou a disparar para 27,33%, e a Espanha está à porta do top 10 com 22,39%. Na essência, o problema é simples: os investidores sabem que a Alemanha e a França terão primeiro de salvar os seus bancos, fortemente expostos a ligações a leste e à Áustria. Por isso, os PIIGS ficam sem apoio. E por isso o risco de incumprimento da zona periférica do Euro dispara.

Inevitavelmente, a Alemanha e a França estão também a ver o seu risco disparar para níveis inauditos. Porque se sabe que uma operação de financiamento de bancos em grande escala arruinaria as suas bonitas contas públicas. Em suma, por todos os lados, o barco da zona Euro mete água esta Sexta. Na Austria, por exposição directa à Hungria e ao leste em geral. Na Alemanha e na França, pela exposição ao Leste e pelas ligações interbancárias à Austria. Em Portugal, na Irlanda, e em Espanha, por total percepção de que não há capacidade financeira franco-germânica para acudir a tantos incêndios.

O erro do alargamento precipitado a leste está agora claro. A Hungria, e outros como a Polónia, não tinham cultura de mercado e cometeram um erro básico. Para aproveitar as baixas taxas de juro do Euro, esses países endividaram-se em divisas fortes na Suíça e na Áustria. Agora, suportam o custo de terem uma moeda desvalorizada face ao Euro o que agrava a sua incapacidade de cumprir créditos. O risco cambial não foi coberto, porque não havia essa sedimentação de práticas de mercado.

O pânico e a queda generalizada das bolsas Europeias está a levar os investidores a venderem Euros em massa. A cotação EUR/USD dá nota de um mínimo de 4 anos: 1,20 dólares por Euro. Nada que os alemães possam tolerar indefinidamente. A falência da Hungria, que Merkel ignorou desde os avisos da Primavera de 2009, com o contágio à Austria obriga à intervenção germânica. Os PIIGS podem ser as vítimas óbvias de tudo isto. Se além de salvar a Áustria, o eixo Paris-Berlim for ajudar a Europa mediterrânica, o Euro perde qualquer valia, e a inflação dispara na Europa.

O ciclo da dívida em cima de dívida, previsto por Hayeki, potenciado pelo contágio financeiro, vai inevitavelmente punir os países mais endividados. O pacote de austeridade português nunca serviu de nada, e agora ainda menos. Portugal tinha de ter diminuído a sua dívida externa. Ao não o fazer sujeita-se agora a ser um espectador do que parece o início do fim do Euro.

Autoridades admitem que a Hungria pode entrar em bancarrota

Risco da falência da Húngria lança caos na Europa: Portugal sobe probabilidade de incumprimento para 27,33%

And so it ends... Exagerado? Duvido. O governo da Húngria admitiu hoje a forte probabilidade de entrar em bancarrota. O que temos a ver com isso? Tudo. Os derivados de seguros de crédito sobre a dívida soberana Austríaca estão a registar a maior subida do dia. A Áustria, recorde-se tem emprestado ao leste Europeu, sobretudo à Hungria, cerca de 70% do seu PIB. A exposição ao risco de incumprimento é brutal, podendo vários bancos austríacos falir em série, sem possibilidade de honrar compromissos. A consequência? A sua nacionalização, no mau hábito que se instalou, e que o governo Austríaco já seguiu anteriormente. As contas públicas da Áustria ficarão a arder no curtíssimo prazo. E a Áustria, recordemos, é um país da zona Euro.

O contágio torna-se inevitável. A Irlanda, igualmente a braços com um problema de insolvência bancária, atingiu hoje o 10º lugar nos países com maior probabilidade incumprimento da dívida. E como os mercados sabem que a Alemanha não pode acudir a todos, o risco de incumprimento de Portugal voltou a disparar para 27,33%, e a Espanha está à porta do top 10 com 22,39%. Na essência, o problema é simples: os investidores sabem que a Alemanha e a França terão primeiro de salvar os seus bancos, fortemente expostos a ligações a leste e à Áustria. Por isso, os PIIGS ficam sem apoio. E por isso o risco de incumprimento da zona periférica do Euro dispara.

Inevitavelmente, a Alemanha e a França estão também a ver o seu risco disparar para níveis inauditos. Porque se sabe que uma operação de financiamento de bancos em grande escala arruinaria as suas bonitas contas públicas. Em suma, por todos os lados, o barco da zona Euro mete água esta Sexta. Na Austria, por exposição directa à Hungria e ao leste em geral. Na Alemanha e na França, pela exposição ao Leste e pelas ligações interbancárias à Austria. Em Portugal, na Irlanda, e em Espanha, por total percepção de que não há capacidade financeira franco-germânica para acudir a tantos incêndios.

O erro do alargamento precipitado a leste está agora claro. A Hungria, e outros como a Polónia, não tinham cultura de mercado e cometeram um erro básico. Para aproveitar as baixas taxas de juro do Euro, esses países endividaram-se em divisas fortes na Suíça e na Áustria. Agora, suportam o custo de terem uma moeda desvalorizada face ao Euro o que agrava a sua incapacidade de cumprir créditos. O risco cambial não foi coberto, porque não havia essa sedimentação de práticas de mercado.

O pânico e a queda generalizada das bolsas Europeias está a levar os investidores a venderem Euros em massa. A cotação EUR/USD dá nota de um mínimo de 4 anos: 1,20 dólares por Euro. Nada que os alemães possam tolerar indefinidamente. A falência da Hungria, que Merkel ignorou desde os avisos da Primavera de 2009, com o contágio à Austria obriga à intervenção germânica. Os PIIGS podem ser as vítimas óbvias de tudo isto. Se além de salvar a Áustria, o eixo Paria-Berlim for ajudar a Europa mediterrânica, o Euro perde qualquer valia, e a inflação dispara na Europa.

O ciclo da dívida em cima de dívida, previsto por Hayeki, potenciado pelo contágio financeiro, vai inevitavelmente punir os países mais endividados. O pacote de austeridade português nunca serviu de nada, e agora ainda menos. Portugal tinha de ter diminuído a sua dívida externa. Ao não o fazer sujeita-se agora a ser um espectador do que parece o início do fim do Euro.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Risco dos países do euro em alta devido a receios com refinanciamento da dívida espanhola


O risco da dívida espanhola está hoje em alta acentuada, devido à especulação que o país vai ter dificuldades em refinanciar 38 mil milhões de dólares de dívida que atinge a maturidade no próximo mês. Os “credit default swaps” de Portugal estão também em alta.


A alta nos CDS é generalizada nos países do euro, com o índice Markit iTraxx SovX Western Europe, que agrupa o desempenho de 15 governos europeus, a subir hoje 8 pontos base para 156,5 pontos.

Um valor próximo do máximo de sempre atingido a 25 de Maio nos 161 pontos base, que os analistas consultados pela Bloomberg explicam com os receios dos investidores quanto à capacidade de Espanha refinanciar a sua dívida.

Citando dados do Bank of America, Espanha tem que refinanciar dívida no montante de 48 mil milhões de euros entre Junho e Setembro, sendo que a maior parte chega à maturidade já em Julho.

Reflexo destas preocupações, os CDS (títulos que permitem aos investidores protegerem-se) da dívida espanhola sobem hoje 17 pontos base para 270 pontos. Segundo a Bloomberg, que cita dados da CMA Datavision, o risco da dívida espanhola está assim a aproximar-se do máximo de sempre atingido no início de Maio, nos 274 pontos.

“Os receios sobre a dimensão da dívida que necessita de ser refinanciada nos próximos três meses está a gerar uma nuvem no mercado e a penalizar o sentimento dos investidores”, afirmou um analista à Bloomberg.

Os CDS de Portugal estão também em alta, subindo 18 pontos base para 364 pontos. Na dívida grega sobem 44,5 pontos base, na irlandesa 22 pontos base e na italiana 17 pontos base para um máximo histórico de 249 pontos.

Portugal colocou hoje no mercado uma emissão de 560 milhões de euros em bilhetes do tesouro, tendo pago um juro quatro vezes superior ao de uma emissão semelhante realizada em Abril.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Portugal olhado como um activo tóxico


O risco de a Grécia, Portugal e Espanha entrarem em incumprimento está a levar as instituições financeiras a tratarem os activos destes países como investimentos "não gratos". Para afastar receios dos investidores, os bancos e seguradoras estão a divulgar ao mercado a exposição dos seus balanços, mesmo quando ela não existe.

O Deutsche Bank foi um dos últimos a esclarecer o mercado, no final da semana passada. "Nenhuma exposição à dívida soberana da Grécia e de Portugal", dizia o título, a letras grandes, no terminal da agência americana de informação Bloomberg. Se muitos optam por dar os números, outros preferem usar adjectivos. "Imaterial", "insignificante" ou "irrelevante" são as expressões usadas.

Este comportamento é uma repetição do que já se assistiu após a falência do Lehman Brothers em Setembro e 2008. E novamente quando foi desvendada a fraude de Bernard Madoff, três meses depois. Das duas vezes assistiu-se a um desfile de reportes pelos bancos.
AO LONGO DA FAMIGERADA "CAMPANHA ACCIONISTA BCP" EM 2000/2001, QUE O BANCO LEVOU A CABO COM AS ACÇÕES PRÓPRIAS, FOI PROVADO HAVER INDÍCIOS DE VÁRIOS CRIMES... NO EXERCÍCIO DE 2000, O MONTANTE TOTAL DE PRÉMIOS A DISTRIBUIR PELOS FUNCIONÁRIOS FOI DE 22.603.817,40€, EM QUE OS ACCIONISTAS NÃO TIVERAM DIREITO A DIVIDENDOS!!!
AS ENTIDADES SUPERVISORAS E ÓRGÃOS DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO DIVULGARAM AO PÚBLICO, MAS O BCP, MESMO COM A ACTUAL ADMINISTRAÇÃO, CUJO PRESIDENTE É O DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, CONTINUA A EXTORQUIR, "ROUBAR" E A SAQUEAR DINHEIROS DAS CONTAS DAS VÍTIMAS (CLIENTES) SILENCIADAS E INDEFESAS, DANDO SEGUIMENTO PARA O BANCO DE PORTUGAL COMO SENDO DÍVIDA DE INCUMPRIMENTO, SUJANDO O "BOM NOME" DO CLIENTE... ENQUANTO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS BANCÁRIOS CONTINUAM INTOCÁVEIS, SEM SER CHAMADOS À JUSTIÇA.

É A VERDADE DO QUE SE PASSOU E AINDA SE ESTÁ PASSAR NO MAIOR BANCO PRIVADO PORTUGUÊS! "MILHARES DE PESSOAS DESTRUÍDAS, EXTORQUIDAS E "ROUBADAS" DOS SEUS BENS PELO BCP (CAMPANHA ACCIONISTA MILLENNIUM BCP E OUTRAS SITUAÇÕES GRAVES)..."
- "TAMBÉM ALGUMAS NOTÍCIAS FINANCEIRAS ACTUALIZADAS"
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DURING THE INFAMOUS "CAMPAIGN SHAREHOLDERS BCP" In 2000/2001, the Bank has undertaken WITH OWN ACTIONS, HAS PROVEN Indications of HAVER SEVERAL CRIMES ... In 2000, THE TOTAL AMOUNT OF PREMIUMS FOR EMPLOYEES WAS A DISTRIBUTE OF € 22,603,817.40, in which shareholders were not entitled to dividends!!!
AND BODIES supervisors of media available to the public, but the BCP, EVEN WITH THE CURRENT ADMINISTRATION, WHICH IS THE PRESIDENT DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, continues to extort, "theft" Drawing MONEY AND VICTIMS OF THE ACCOUNTS (CLIENTS) Silent and Helpless, following FOR BANK OF PORTUGAL AS BEING DEBT OF FAILURE (CRC) of the client. While the primary banking responsibility untouchables CONTINUE WITHOUT BEING CALLED TO JUSTICE.

IS THE TRUTH of what happened and if IS MOVING IN A MORE PRIVATE BANK PORTUGUESE! "Thousands of people destroyed and EXTORQUIADAS THEIR PROPERTY BY BCP (BCP MILLENNIUM CAMPAIGN SHAREHOLDERS AND OTHER serious )..."
- "UPDATES FINANCIAL ALSO NEWS OF THE WORLD"