Empresários reconhecem que a crise espanhola é prejudicial.
Por enquanto, Dominique Strauss-Kahn vai fazer apenas uma visita de oportunidade a Espanha. Mas a coincidência desta inesperada e pouco explicada reunião com Zapatero - marcada para amanhã - com os rumores de que a economia espanhola poderá necessitar de recorrer ao fundo de emergência da zona euro preocupa economistas e empresários portugueses. Afinal, o colapso financeiro espanhol provocaria um violento abalo em Portugal do que a crise financeira grega.
"O director do FMI está na Europa esta semana, e aproveitará esta oportunidade para discutir os desenvolvimentos da economia global com Zapatero e para se informar dos desenvolvimentos em Espanha, incluindo as políticas e reformas económicas que o Governo está a levar a cabo", disse o porta-voz do Fundo Monetário Internacional, sublinhando que "Espanha não fez nenhum pedido de ajuda financeira".
Apesar de tanto o FMI, como a Comissão Europeia, já terem desmentido as notícias que davam conta da preparação de um pacote de ajuda financeira, Espanha continua sob os holofotes dos agentes económicos internacionais. Até porque o FMI esteve em Espanha há menos de um mês, no âmbito das suas visitas regulares e anuais ao abrigo do artigo 4º.
Do lado de cá da fronteira, a atenção aos desenvolvimentos também é máxima. "Os abalos reais que a economia espanhola sinta reflectem-se em Portugal", comenta José Reis, professor da Universidade de Coimbra. "Afectam o dinamismo da economia portuguesa, a confiança dos agentes, são factores de turbulência em Portugal", explica o economista, lembrando a forte integração ibérica.
Tal como Espanha, Portugal tem sido penalizado no preço do seu financiamento junto dos mercados internacionais e os dois países têm sido alvo de fortes recomendações por parte da Comissão Europeia. Por exemplo, as duas economias ibéricas foram as únicas cuja recomendação de apresentar mais medidas de austeridade para 2011 veio acompanhada de uma quantificação do que é preciso poupar a mais.
"Obviamente que os problemas em Espanha influenciam de forma negativa a actividade económica portuguesa", garantiu Luís Filipe Pereira, presidente da Efacec, reconhecendo que "é um pouco mais difícil fazer negócio em Espanha hoje do que há dois anos". Mas, por outro lado, "é nestas alturas que aparecem oportunidades importantes de aproveitar", acrescentou, lembrando que ontem a Efacec anunciou a compra de uma empresa espanhola.
"Além da queda das exportações, as empresas espanholas, com o seu mercado deprimido, poderão tornar-se mais agressivas no mercado português", frisa, por seu lado, João Serrenho, presidente das Tintas Cin. No primeiros três meses do ano as exportações para Espanha recuperaram significativamente. Depois de terem caído a um ritmo acima de dois dígitos no ano passado, recuperam agora das perdas (ver gráfico). Mas ainda não há dados sobre o comportamento das vendas em Espanha nos meses mais recentes, já depois de os mercados terem subido o preço de financiamento da economia espanhola e de os rumores da necessidade de ajuda terem vindo a público.
"A crise em Espanha não vem ajudar em nada o nosso país", remata Carlos Barbot, presidente das Tintas Barbot. "Mas antes de nos preocuparmos com os outros era bom que arrumássemos a nossa casa", acrescenta
Por enquanto, Dominique Strauss-Kahn vai fazer apenas uma visita de oportunidade a Espanha. Mas a coincidência desta inesperada e pouco explicada reunião com Zapatero - marcada para amanhã - com os rumores de que a economia espanhola poderá necessitar de recorrer ao fundo de emergência da zona euro preocupa economistas e empresários portugueses. Afinal, o colapso financeiro espanhol provocaria um violento abalo em Portugal do que a crise financeira grega.
"O director do FMI está na Europa esta semana, e aproveitará esta oportunidade para discutir os desenvolvimentos da economia global com Zapatero e para se informar dos desenvolvimentos em Espanha, incluindo as políticas e reformas económicas que o Governo está a levar a cabo", disse o porta-voz do Fundo Monetário Internacional, sublinhando que "Espanha não fez nenhum pedido de ajuda financeira".
Apesar de tanto o FMI, como a Comissão Europeia, já terem desmentido as notícias que davam conta da preparação de um pacote de ajuda financeira, Espanha continua sob os holofotes dos agentes económicos internacionais. Até porque o FMI esteve em Espanha há menos de um mês, no âmbito das suas visitas regulares e anuais ao abrigo do artigo 4º.
Do lado de cá da fronteira, a atenção aos desenvolvimentos também é máxima. "Os abalos reais que a economia espanhola sinta reflectem-se em Portugal", comenta José Reis, professor da Universidade de Coimbra. "Afectam o dinamismo da economia portuguesa, a confiança dos agentes, são factores de turbulência em Portugal", explica o economista, lembrando a forte integração ibérica.
Tal como Espanha, Portugal tem sido penalizado no preço do seu financiamento junto dos mercados internacionais e os dois países têm sido alvo de fortes recomendações por parte da Comissão Europeia. Por exemplo, as duas economias ibéricas foram as únicas cuja recomendação de apresentar mais medidas de austeridade para 2011 veio acompanhada de uma quantificação do que é preciso poupar a mais.
"Obviamente que os problemas em Espanha influenciam de forma negativa a actividade económica portuguesa", garantiu Luís Filipe Pereira, presidente da Efacec, reconhecendo que "é um pouco mais difícil fazer negócio em Espanha hoje do que há dois anos". Mas, por outro lado, "é nestas alturas que aparecem oportunidades importantes de aproveitar", acrescentou, lembrando que ontem a Efacec anunciou a compra de uma empresa espanhola.
"Além da queda das exportações, as empresas espanholas, com o seu mercado deprimido, poderão tornar-se mais agressivas no mercado português", frisa, por seu lado, João Serrenho, presidente das Tintas Cin. No primeiros três meses do ano as exportações para Espanha recuperaram significativamente. Depois de terem caído a um ritmo acima de dois dígitos no ano passado, recuperam agora das perdas (ver gráfico). Mas ainda não há dados sobre o comportamento das vendas em Espanha nos meses mais recentes, já depois de os mercados terem subido o preço de financiamento da economia espanhola e de os rumores da necessidade de ajuda terem vindo a público.
"A crise em Espanha não vem ajudar em nada o nosso país", remata Carlos Barbot, presidente das Tintas Barbot. "Mas antes de nos preocuparmos com os outros era bom que arrumássemos a nossa casa", acrescenta
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