Todos os dias aparecem novos pobres a pedir comida ao Banco Alimentar, neste País que se diz "Democrático e Socialista Moderno"...
Esquerda moderna, ou direita antiga?
O Banco Alimentar Contra a Fome é uma coisa que existe, mas não deveria existir. Porque a existência de gente com fome, em pleno século XXI, num país europeu que arrota novos aeroportos e TêGêVês, não falande de auto-estradas; e que se permite conceder a um cidadão com várias e copiosas fontes de rendimento, perfeitamente válido e apto para o trabalho, uma reforma de 3.600 contos, por apenas 18 meses como gestor numa empresa do Estado, ou ordenados e futuras reformas de luxo ao governador do seu Banco Central, é algo que a moral recusa, a inteligência não entende e a decência condena.
E não deveria existir, principalmente, porque o Senhor Primeiro-Ministro, se diz socialista e de esquerda.
Esquerda moderna, ou direita antiga?
O Banco Alimentar Contra a Fome é uma coisa que existe, mas não deveria existir. Porque a existência de gente com fome, em pleno século XXI, num país europeu que arrota novos aeroportos e TêGêVês, não falande de auto-estradas; e que se permite conceder a um cidadão com várias e copiosas fontes de rendimento, perfeitamente válido e apto para o trabalho, uma reforma de 3.600 contos, por apenas 18 meses como gestor numa empresa do Estado, ou ordenados e futuras reformas de luxo ao governador do seu Banco Central, é algo que a moral recusa, a inteligência não entende e a decência condena.
E não deveria existir, principalmente, porque o Senhor Primeiro-Ministro, se diz socialista e de esquerda.
Mas a verdade é que vivemos num país onde 500 famílias detém a maior fatia da riqueza nacional e os bancos acumulam lucros a um ritmo nunca visto; e nos prejuízos destes, o Estado dá garantias de milhares de milhões, para continuar a engordar as suas fortunas incalculáveis...
Os pobres descem aos patamares da miséria e os remediados passam a novos pobres. A grande maioria da população, nos últimos 12 anos – mas com maior intensidade nos últimos 2 anos correspondentes ao Consulado de Sócrates. Todos os dias empobrece e percebe que o futuro vai ser cada vez pior. Na realidade, nada disto me parece compatível com democracia, socialismo e esquerda, leve ela as etiquetas que o «engenheiro» lhe quiser pôr. Já que falei no Banco Alimentar Contra a Fome (cuja simples existência é, por si só, a prova da falência das políticas e da ganãncia dos banqueiros, em curso nas chamadas democracias dominadas pelo capital financeiro), soube, há dias, que a crise é de tal ordem que «há médicos e professores a pedirem ajuda para dar de comer aos filhos».
«O novos pobres»
A notícia saiu no insuspeito Expresso, num excelente trabalho de Raquel Moleiro e Isabel Vicente, e transcreve declarações de Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, que denuncia a existência dos chamados «novos pobres», saídos de uma classe média sobre-endividada. Deixem-me ler parte do texto:
«Manuela, 33 anos, hesitou antes de escrever aquele “e-mail” para o Banco Alimentar Contra a Fome. E mesmo enquanto o redigia, não tinha ainda a certeza de, no fim, ter coragem de carregar no botão de enviar.
Ela, bacharel em Relações Internacionais, quadro de um ministério, casada com um professor de educação física, ex-atleta olímpico. Mãe de uma bebé com cinco meses, tinha agora de pedir ajuda para alimentar a família. O marido que ficou sem emprego, um salário de 2000€ que desapareceu no mês em que festejaram a gravidez, a renda da casa que foi falhando vezes de mais, o cartão de crédito gasto até ao limite, o apartamento trocado por um quarto, e nem assim a comida chegava à mesa. "No dia em que enviei o e-mail faltavam três semanas para receber. e só tinha 80€", explica. "Havia para a bebé, mas nós íamos passar fome".
O caso tem um mês. Ana Vara, assistente social do BACF, ligou a Manuela mal leu o pedido. E disse-lhe o que tanto tem repetido ultimamente: “Não tenha vergonha, não é a única”. “Nos últimos quatro meses, mais que duplicaram os pedidos directos ao banco alimentar. E há cada vez mais casos de classe média”, garante Isabel Jonet. A directora do BACF chama-lhes "os novos pobres": empregados, instruídos, socialmente integrados, mas, ainda assim, vítimas da pobreza e até da fome. Nos últimos três meses, chegaram ao banco alimentar de Alcântara 250 casos, 30% dos quais se enquadram nesta nova categoria. E em todos há pontos transversais: mais mulheres, muitas mães, desemprego inesperado, rupturas familiares, e sempre sobre-endividamento.(...) As famílias tradicionalmente carenciadas aparecem no banco alimentar, pedem olhos nos olhos.
Os novos pobres gritam por ajuda, envergonhadamente, através do correio electrónico.
«O novos pobres»
A notícia saiu no insuspeito Expresso, num excelente trabalho de Raquel Moleiro e Isabel Vicente, e transcreve declarações de Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, que denuncia a existência dos chamados «novos pobres», saídos de uma classe média sobre-endividada. Deixem-me ler parte do texto:
«Manuela, 33 anos, hesitou antes de escrever aquele “e-mail” para o Banco Alimentar Contra a Fome. E mesmo enquanto o redigia, não tinha ainda a certeza de, no fim, ter coragem de carregar no botão de enviar.
Ela, bacharel em Relações Internacionais, quadro de um ministério, casada com um professor de educação física, ex-atleta olímpico. Mãe de uma bebé com cinco meses, tinha agora de pedir ajuda para alimentar a família. O marido que ficou sem emprego, um salário de 2000€ que desapareceu no mês em que festejaram a gravidez, a renda da casa que foi falhando vezes de mais, o cartão de crédito gasto até ao limite, o apartamento trocado por um quarto, e nem assim a comida chegava à mesa. "No dia em que enviei o e-mail faltavam três semanas para receber. e só tinha 80€", explica. "Havia para a bebé, mas nós íamos passar fome".
O caso tem um mês. Ana Vara, assistente social do BACF, ligou a Manuela mal leu o pedido. E disse-lhe o que tanto tem repetido ultimamente: “Não tenha vergonha, não é a única”. “Nos últimos quatro meses, mais que duplicaram os pedidos directos ao banco alimentar. E há cada vez mais casos de classe média”, garante Isabel Jonet. A directora do BACF chama-lhes "os novos pobres": empregados, instruídos, socialmente integrados, mas, ainda assim, vítimas da pobreza e até da fome. Nos últimos três meses, chegaram ao banco alimentar de Alcântara 250 casos, 30% dos quais se enquadram nesta nova categoria. E em todos há pontos transversais: mais mulheres, muitas mães, desemprego inesperado, rupturas familiares, e sempre sobre-endividamento.(...) As famílias tradicionalmente carenciadas aparecem no banco alimentar, pedem olhos nos olhos.
Os novos pobres gritam por ajuda, envergonhadamente, através do correio electrónico.
O Presidente da República disse nos meios de comunicação estar admirado, por ter todos os dias, muitos pedidos de ajuda de pessoas da classe média para colmatar a fome!...
Como Luciana, médica, cujo desemprego súbito do marido fez ruir a estrutura económica do lar de nove filhos Sem ele saber, sem o magoar de vergonha, pediu apoio alimentar para um casa onde nunca tinha faltado nada».
Por este breve excerto da reportagem do Expresso, podemos ver o que por aí vai.
Como Luciana, médica, cujo desemprego súbito do marido fez ruir a estrutura económica do lar de nove filhos Sem ele saber, sem o magoar de vergonha, pediu apoio alimentar para um casa onde nunca tinha faltado nada».
Por este breve excerto da reportagem do Expresso, podemos ver o que por aí vai.
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Europa anuncia ajudas aos Estados membros, de 200 mil milhões de euros.(...)
2 comentários:
Falas aqui de inúmeras coisas...
Vê-se que estás muito atento aos problemas económicos do País...
Vamos por partes: A fome é um insulto ao género humano, que nos envergonha a todos. Existe, e cada vez mais e em maior número de pessoas. É um facto. Mas o Banco alimentar, independentemente de tudo o que sentimos em relação a ele, é uma ajuda. E a Isabel Jonet tem feito um bom trabalho. Não sei se ele é de esquerda ou de direita, mas o trabalho é meritório. Em relação , aos BCPs, Bpns, Bpps, aos Berardos, Bdp, etc, já é tudo tão cansativo que apetece desligar. Sei que devemos estar atentos e estamos, mas...
temos que persuasir nas divulgações dos malfeitores e criminosos deste país...
Cabe também a cada um de nós fazer um trabalho solidário e livre para o pão e o mel tenham o gosto da vida verdadeira.
Um beijo.
Não acredito nesta dos novos pobres. Se uma família de licenciados chega ao cúmulo de pedir para comer, é porque em determinada altura teve mais olhos que barriga, e comprou uma casa de 300,000€ quando lhes bastava uma de 200.000€, ou porque aproveitou os tempos de vacas gordas para se endividar e comprar os jipes e os Mercedes.
Mas destes, destes eu não tenho pena nenhuma...
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