Nunca como no último mês os portugueses retiraram tanto dinheiro das suas poupanças em fundos de investimento. Outubro bateu o recorde de resgates desde que existe registo, com a fuga de investidores a superar os 1,270 mil milhões de euros. Mais de 7% do património gerido pelas instituições nacionais perdeu-se num único mês apenas por resgates, agravando aquela que é a maior crise de sempre da indústria de fundos em Portugal.
Há 15 meses consecutivos que os portugueses levantam mais dinheiro dos fundos do que aquele que aplicam, mas nunca o fizeram tão intensamente como em Outubro. Nesse mês, o valor dos resgates ultrapassou os 2,34 mil milhões euros, mais do que duplicando o total investido (1,076 mil milhões), segundo dados divulgados ontem pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP). Este é o saldo mais negativo de sempre desde que existem estatísticas e que equivale a levantamento de 55,24 milhões de euros por cada dia útil. Outubro foi um dos meses mais negativos da história dos mercados de capitais. Os principais índices bolsistas sofreram quedas acima de 10%, o que contribuiu para a desvalorização do património dos fundos e agravou a falta de confiança dos investidores. Uma conjugação de factores que resultou também na maior desvalorização de sempre das carteiras dos fundos num só mês.
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