sexta-feira, 28 de maio de 2010

Rodeados de abismos


Vivemos, no euro e em Portugal, sob a ameaça de cair em abismos de dimensões diversas. O sistema financeiro criou um problema que gerou uma solução que nos lançou para um novo problema.

A redução do défice público é determinante para evitar um novo abalo na banca europeia com uma tempestade mais violenta que a de 2008 em Portugal.

Olhar para os erros que cometemos no passado só é um exercício útil para não se voltarem a repetir. E um dos mais graves erros do passado, especialmente a partir da segunda metade da década de 90, foi não se terem adoptado políticas económicas no domínio orçamental e financeiro que contrariassem a euforia que alguns viram (e avisaram) que nos ia criar problemas.

Era nessa altura, quando tudo parecia correr bem e festejávamos a lotaria da descida das taxas de juro, que se deveria ter aumentado o IVA e o IRS, que os apoios sociais poderiam ter sido cortados e que os bancos deveriam ter sido obrigados a constituir mais provisões para moderarem a sua euforia de concessão de crédito. Quando hoje se acusa o governo de José Sócrates, devíamos antes olhar para o que devia ter sido feito com António Guterres e José Manuel Durão Barroso e que não se fez. Claro que Sócrates também poderia ter feito mais.

Lamentavelmente, a política económica foi, entre o fim do século passado e o princípio deste, pró-cíclica, como, sem alternativa, o está a ser agora. Lançámos achas para a fogueira quando a economia estava a arder e agora somos obrigados a lançar pedregulhos de gelo para cima de uma economia a desfalecer. Tudo poderia ser muito diferente se a banca portuguesa não estivesse como está, com o crédito concedido a representar 150% dos depósitos. Houve um tempo, recente de década e meia, em que a carteira de crédito era inferior à dos depósitos.
Hoje a banca portuguesa e, por consequência, as empresas e as famílias estão nas mãos da vontade dos credores em emprestar mais dinheiro. E essa vontade de continuar a financiar o País depende da credibilidade das medidas para cortar a face mais visível do endividamento, a dívida pública.

No relatório de Estabilidade do Sistema Financeiro que ontem o Banco de Portugal divulgou pode ler-se praticamente em todos os capítulos o aviso sobre a importância determinante da redução do défice público para a aterragem suave do sistema financeiro. Se a correcção das contas públicas não for credível para os mercados financeiros, o risco do País agrava-se e, com ele, aumentam as já elevadas dificuldades de acesso ao financiamento internacional por parte da banca portuguesa.

À medida que o tempo vai passando, compreende-se melhor por que resolveu o BPI dar aquele contributo para a análise das contas públicas portuguesas e por que é que Fernando Ulrich foi, afinal, tão realista quando nos disse que estamos em risco de bater contra a parede. Ricardo Salgado acabou por dizer o mesmo de outra maneira, quando afirmou esta semana, em Nova Iorque, que a banca depende do BCE e dos depositantes.

O País está rodeado de abismos. Só tem de escolher o caminho para o abismo por onde se cai mais lentamente. Um caminho de queda do nível de vida que tem de ser claramente liderado pelo Estado. Para que todos o sigam e evitem o abismo dos abismos.

1 comentário:

elsafer disse...

é uma tremenda realidade ... gosto muito da forma como Helena Garrido coloca as verdades

AO LONGO DA FAMIGERADA "CAMPANHA ACCIONISTA BCP" EM 2000/2001, QUE O BANCO LEVOU A CABO COM AS ACÇÕES PRÓPRIAS, FOI PROVADO HAVER INDÍCIOS DE VÁRIOS CRIMES... NO EXERCÍCIO DE 2000, O MONTANTE TOTAL DE PRÉMIOS A DISTRIBUIR PELOS FUNCIONÁRIOS FOI DE 22.603.817,40€, EM QUE OS ACCIONISTAS NÃO TIVERAM DIREITO A DIVIDENDOS!!!
AS ENTIDADES SUPERVISORAS E ÓRGÃOS DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO DIVULGARAM AO PÚBLICO, MAS O BCP, MESMO COM A ACTUAL ADMINISTRAÇÃO, CUJO PRESIDENTE É O DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, CONTINUA A EXTORQUIR, "ROUBAR" E A SAQUEAR DINHEIROS DAS CONTAS DAS VÍTIMAS (CLIENTES) SILENCIADAS E INDEFESAS, DANDO SEGUIMENTO PARA O BANCO DE PORTUGAL COMO SENDO DÍVIDA DE INCUMPRIMENTO, SUJANDO O "BOM NOME" DO CLIENTE... ENQUANTO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS BANCÁRIOS CONTINUAM INTOCÁVEIS, SEM SER CHAMADOS À JUSTIÇA.

É A VERDADE DO QUE SE PASSOU E AINDA SE ESTÁ PASSAR NO MAIOR BANCO PRIVADO PORTUGUÊS! "MILHARES DE PESSOAS DESTRUÍDAS, EXTORQUIDAS E "ROUBADAS" DOS SEUS BENS PELO BCP (CAMPANHA ACCIONISTA MILLENNIUM BCP E OUTRAS SITUAÇÕES GRAVES)..."
- "TAMBÉM ALGUMAS NOTÍCIAS FINANCEIRAS ACTUALIZADAS"
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DURING THE INFAMOUS "CAMPAIGN SHAREHOLDERS BCP" In 2000/2001, the Bank has undertaken WITH OWN ACTIONS, HAS PROVEN Indications of HAVER SEVERAL CRIMES ... In 2000, THE TOTAL AMOUNT OF PREMIUMS FOR EMPLOYEES WAS A DISTRIBUTE OF € 22,603,817.40, in which shareholders were not entitled to dividends!!!
AND BODIES supervisors of media available to the public, but the BCP, EVEN WITH THE CURRENT ADMINISTRATION, WHICH IS THE PRESIDENT DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, continues to extort, "theft" Drawing MONEY AND VICTIMS OF THE ACCOUNTS (CLIENTS) Silent and Helpless, following FOR BANK OF PORTUGAL AS BEING DEBT OF FAILURE (CRC) of the client. While the primary banking responsibility untouchables CONTINUE WITHOUT BEING CALLED TO JUSTICE.

IS THE TRUTH of what happened and if IS MOVING IN A MORE PRIVATE BANK PORTUGUESE! "Thousands of people destroyed and EXTORQUIADAS THEIR PROPERTY BY BCP (BCP MILLENNIUM CAMPAIGN SHAREHOLDERS AND OTHER serious )..."
- "UPDATES FINANCIAL ALSO NEWS OF THE WORLD"