
Os bancos vão à bolsa de Nova Iorque, o presidente do BES disse que o “mercado interbancário está fechado”. Mas que “o país não está num beco sem saída, nem vai contra a parede”.
As instituições deixaram de novo de emprestar dinheiro entre si na Europa, voltando a paralisar o mercado interbancário. O presidente do BES, Ricardo Salgado, afirmou numa conferência de imprensa ao fim da tarde em Nova Iorque – fim da noite em Lisboa – que este mercado nunca recuperou totalmente desde a falência do Lehman e que agora voltou a fechar. “Houve uma secagem brutal de liquidez”, disse.
Nas últimas semanas as taxas Euribor, usada na Zona Euro, e as Libor, usadas no Reino Unido e nos EUA, têm vindo a subir num reflexo da menor disponibilidade de liquidez no mercado interbancário.
Recorrer a emissões de obrigações junto dos investidores internacionais também não é alternativa. “Se o Estado está a pagar 4,3%, os bancos vão pagar ainda mais. Imaginem que ‘spreads’ seria necessário cobrar no crédito”, disse o responsável. “Se formos agora buscar financiamento de médio e longo prazo, com estes ‘spreads’, não conseguimos financiar a economia”.
A solução é aumentar a componente de depósitos. “Neste momento 60% do financiamento do banco vem dos depósitos e vamos ter de aumentar esta componente”, afirmou o presidente do BES. O recurso a esta via significa, no entanto, “desacelerar a concessão de crédito”.
Sem responder se as taxas de juro dos depósitos vão aumentar, o responsável disse, no entanto, que “é natural que a concorrência se possa intensificar no mercado doméstico”. O recurso às linhas de cedência de liquidez do BCE, que representam actualmente cerca de 3% do total de activos da banca portuguesa, deverá também intensificar-se.
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