É inegável que em 2009 a justiça tocou o poder. Mas só o futuro dirá quais são os resultados
Vários ex-ministros e secretários de Estado constituídos arguidos, investigações agressivas na banca, gestores públicos forçados a demitir-se, autarcas condenados e até o primeiro-ministro envolvido em escutas polémicas. O ano que agora termina foi recheado de processos mediáticos e com uma forte componente política, mas para quem está dentro do sistema os títulos sonantes não impressionam. Só o futuro dirá se o aparente dinamismo da investigação criminal vai dar frutos, sublinha um painel de actores judiciários ouvidos pelo i.
Feitas as contas, 2009 foi "um ano como os outros" - leia-se "igualmente mau" - em matéria de justiça, para não dizer pior. Aumentou a clivagem sociedade/justiça, aponta Alípio Ribeiro, magistrado a exercer funções de inspecção e antigo director nacional da Judiciária. "Foi talvez a primeira vez em que os mais altos responsáveis da justiça foram os principais culpados por alguns dos problemas que aconteceram", acrescenta Carlos Anjos, presidente da ASFIC, associação sindical da PJ.
Para Menezes Leitão, professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e advogado, "notou-se um aumento das desavenças entre os diversos operadores judiciários". Igual destaque merecem os casos de dívidas incobráveis e processos de insolvência. Razão pela qual se confessa mais preocupado com a justiça cível que com a criminal (...)
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