segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Tudo está mal quando acaba bem


"Lucros privados, prejuízos públicos". Este foi um dos anátemas da crise financeira 2007- que jurámos não esquecer. E não esquecemos: aprendemos tão bem a lição que continuamos a praticá-lo: afinal a entrada de Isabel dos Santos na...

"Lucros privados, prejuízos públicos". Este foi um dos anátemas da crise financeira 2007-… que jurámos não esquecer. E não esquecemos: aprendemos tão bem a lição que continuamos a praticá-la: afinal a entrada de Isabel dos Santos na Zon destinou-se a dissolver uma golpada de 100 milhões de euros que três portugueses terão feito aos angolanos.
A notícia foi revelada este sábado pelo "Correio da Manhã": o Estado angolano retirou a 28 de Dezembro a queixa-crime contra o advogado Francisco Cruz Martins e os empresários Eduardo Morais e António Figueiredo (este entretanto falecido) no "Caso Banif". Uma semana antes, a filha do Presidente de Angola tinha fechado o acordo para comprar 10% da Zon. Uma coisa foi, afinal, a contrapartida da outra, diz o "Correio": o Estado angolano ameaçava levar o caso até às últimas consequências, exercendo represálias nas relações empresariais, suspendendo autorizações para a Caixa Geral de Depósitos e Sonae abrirem em Angola.
"Tudo está bem quando acaba bem"? Não, neste caso Shakespeare teria de renomear a sua peça, que para uns é comédia, para outros é tragédia.
De facto, tudo acaba bem: o processo criminal, o embaraço político, as ameaças às empresas alheias; a Zon ganha um parceiro com capital e mercado, os seus accionistas vêem as acções valorizar. Como dizem os brasileiros, é "ganha-ganha".
Mas tudo está mal. Está mal a eterna mistura entre política e negócios. Está mal a fraqueza diplomática portuguesa. Está mal o socorro do Estado, através da Caixa, de uma vigarice de privados, assim seja verdadeira a suspeita, como parece crível, segundo as notícias desde o Verão de 2008. Dois dos três visados acabam aliás de devolver o dinheiro que alegadamente extorquiram. O terceiro morreu.
Proença de Carvalho, advogado do empresário de António Figueiredo, advogado de Sócrates e presidente do Conselho de Administração da Zon foi, segundo o "Correio da Manhã", o pivô de todo o negócio. Chame-se polivalência ou promiscuidade, conflito ou conjugação de interesses, é uma forma de estar que em Portugal (e Angola…) parece normal. Armando Vara, na entrevista a Judite de Sousa há algumas semanas, explicou-o candidamente: o seu trabalho era, disse, pôr pessoas a falar umas com as outras, para resolver problemas e solver negócios.
A reputação de Proença protege-o de quaisquer insinuações e efectivamente o problema foi "tratado", aliás em benefício da empresa: a Zon efectivamente ganhou acesso a mercados africanos onde por exemplo a sua "progenitora" PT não singra por falta de empatia com os angolanos, sócios pouco cooperantes na Unitel.
A intromissão da política nos negócios não é todavia apenas conceptual. Os angolanos ameaçaram Portugal por causa de problemas abastardados, que não eram das empresas ameaçadas, muito menos do Estado. Se três homens deram um golpe do baú a Angola, devia ser problema entre eles e ela. Mas a "diplomacia económica" portuguesa é fraca. E Angola, como se viu neste fim-de-semana no ataque à selecção de futebol do Togo, ainda é um País com guerrilheiros e um Estado necessariamente militarizado que conhece a linguagem da ameaça.
O cordeiro pode ter sido a Caixa, como de costume. Vendeu 2,5% da Zon a Isabel dos Santos, assim entregando a partilha do poder da empresa (o máximo de votos de cada accionista é de 10%, que ambos têm). Ainda lhe financiou a compra de 5%, o dobro do que lhe vendeu (e ao trocar acções de uma empresa por créditos para comprá-la está a assumir que pode ganhar menos como accionista do que como credora, o que é bizarro). E vende por 5,3 euros acções que tinha comprado ao Barclays há três anos por 12 euros. O balanço dirá diferente mas vender a 5,3 o que custou 12 não tem outro nome: é prejuízo. De quem? Do Estado.

1 comentário:

Kapitão Kaus disse...

Acho que não merece comentários. A informação é esclarecedora e mostra a qualidade do que grassa por cá.
Temo que, com qualidade deste calibre, entremos em bancarrota mais breve do que muitos esperam.

AO LONGO DA FAMIGERADA "CAMPANHA ACCIONISTA BCP" EM 2000/2001, QUE O BANCO LEVOU A CABO COM AS ACÇÕES PRÓPRIAS, FOI PROVADO HAVER INDÍCIOS DE VÁRIOS CRIMES... NO EXERCÍCIO DE 2000, O MONTANTE TOTAL DE PRÉMIOS A DISTRIBUIR PELOS FUNCIONÁRIOS FOI DE 22.603.817,40€, EM QUE OS ACCIONISTAS NÃO TIVERAM DIREITO A DIVIDENDOS!!!
AS ENTIDADES SUPERVISORAS E ÓRGÃOS DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO DIVULGARAM AO PÚBLICO, MAS O BCP, MESMO COM A ACTUAL ADMINISTRAÇÃO, CUJO PRESIDENTE É O DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, CONTINUA A EXTORQUIR, "ROUBAR" E A SAQUEAR DINHEIROS DAS CONTAS DAS VÍTIMAS (CLIENTES) SILENCIADAS E INDEFESAS, DANDO SEGUIMENTO PARA O BANCO DE PORTUGAL COMO SENDO DÍVIDA DE INCUMPRIMENTO, SUJANDO O "BOM NOME" DO CLIENTE... ENQUANTO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS BANCÁRIOS CONTINUAM INTOCÁVEIS, SEM SER CHAMADOS À JUSTIÇA.

É A VERDADE DO QUE SE PASSOU E AINDA SE ESTÁ PASSAR NO MAIOR BANCO PRIVADO PORTUGUÊS! "MILHARES DE PESSOAS DESTRUÍDAS, EXTORQUIDAS E "ROUBADAS" DOS SEUS BENS PELO BCP (CAMPANHA ACCIONISTA MILLENNIUM BCP E OUTRAS SITUAÇÕES GRAVES)..."
- "TAMBÉM ALGUMAS NOTÍCIAS FINANCEIRAS ACTUALIZADAS"
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DURING THE INFAMOUS "CAMPAIGN SHAREHOLDERS BCP" In 2000/2001, the Bank has undertaken WITH OWN ACTIONS, HAS PROVEN Indications of HAVER SEVERAL CRIMES ... In 2000, THE TOTAL AMOUNT OF PREMIUMS FOR EMPLOYEES WAS A DISTRIBUTE OF € 22,603,817.40, in which shareholders were not entitled to dividends!!!
AND BODIES supervisors of media available to the public, but the BCP, EVEN WITH THE CURRENT ADMINISTRATION, WHICH IS THE PRESIDENT DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, continues to extort, "theft" Drawing MONEY AND VICTIMS OF THE ACCOUNTS (CLIENTS) Silent and Helpless, following FOR BANK OF PORTUGAL AS BEING DEBT OF FAILURE (CRC) of the client. While the primary banking responsibility untouchables CONTINUE WITHOUT BEING CALLED TO JUSTICE.

IS THE TRUTH of what happened and if IS MOVING IN A MORE PRIVATE BANK PORTUGUESE! "Thousands of people destroyed and EXTORQUIADAS THEIR PROPERTY BY BCP (BCP MILLENNIUM CAMPAIGN SHAREHOLDERS AND OTHER serious )..."
- "UPDATES FINANCIAL ALSO NEWS OF THE WORLD"