No auge da crise, as taxas de juro da nossa dívida soberana aproximaram-se dos 7%, um valor idêntico ao da Irlanda e mais de três vezes aquele que suporta a Alemanha.
Num hipotético cenário de manutenção destas taxas, que acabasse por atingir toda a dívida, as despesas só em juros aproximar-se-iam dos dez mil milhões de euros por ano, o equivalente a toda a cobrança anual em sede de IRS. Já imaginaram o que isto significa?
Claro que o Governo falhou copiosamente na redução da despesa. Mas, para se atingir o défice de 4,6% do PIB em 2011, as alternativas não eram a redução da despesa ou o aumento da receita: precisávamos das duas. Apesar disso, Passos Coelho continua irredutível: a haver mais impostos não contem com ele para viabilizar orçamento. Hoje tudo isto cheira a ‘bluff'. Mas pode não ser. Então por que não assume que prefere uma crise política?
Do pacote global, o Governo propõe-se cortar dois terços à despesa e acrescer um terço à receita, o que parece razoável. Mas a escolha do IVA, que sobe dois pontos para os 23%, revela uma insensibilidade arrepiante, ao tratar da mesma forma os milionários e os sem vintém. Já a eliminação dos benefícios fiscais e a aplicação de taxas progressivas á redução dos salários parecem-me bem. Escolheu-se o imposto mais injusto só porque era o mais fácil?
Primeiro, foi Manuela Ferreira Leite, em 2003. Depois, foi Bagão Félix, em 2005. Agora é Teixeira dos Santos, em 2010: sempre que o orçamento tem um buraco sem fundo, absorve-se um fundo de pensões. Desta vez é o da PT e vale €2.600 milhões: é isto que o Governo recebe e gasta já; os que vierem a seguir que se amanhem. Estes ilustres governantes terão noção da tragédia que poderá vir a desabar sobre o futuro dos pensionistas?
A consolidação orçamental que está em curso assenta em três pilares: o corte na despesa, o aumento da receita e o crescimento económico. Numa altura em que o esforço previsível era menor, o crescimento real que se admitiu para o PIB do triénio 2011-13 era da ordem dos 3%. Mas este cenário não é mais exequível. Pelo contrário, o que hoje se admite é que venha aí uma nova recessão. Os cálculos que o Governo fez tiveram isto em conta?
Num hipotético cenário de manutenção destas taxas, que acabasse por atingir toda a dívida, as despesas só em juros aproximar-se-iam dos dez mil milhões de euros por ano, o equivalente a toda a cobrança anual em sede de IRS. Já imaginaram o que isto significa?
Claro que o Governo falhou copiosamente na redução da despesa. Mas, para se atingir o défice de 4,6% do PIB em 2011, as alternativas não eram a redução da despesa ou o aumento da receita: precisávamos das duas. Apesar disso, Passos Coelho continua irredutível: a haver mais impostos não contem com ele para viabilizar orçamento. Hoje tudo isto cheira a ‘bluff'. Mas pode não ser. Então por que não assume que prefere uma crise política?
Do pacote global, o Governo propõe-se cortar dois terços à despesa e acrescer um terço à receita, o que parece razoável. Mas a escolha do IVA, que sobe dois pontos para os 23%, revela uma insensibilidade arrepiante, ao tratar da mesma forma os milionários e os sem vintém. Já a eliminação dos benefícios fiscais e a aplicação de taxas progressivas á redução dos salários parecem-me bem. Escolheu-se o imposto mais injusto só porque era o mais fácil?
Primeiro, foi Manuela Ferreira Leite, em 2003. Depois, foi Bagão Félix, em 2005. Agora é Teixeira dos Santos, em 2010: sempre que o orçamento tem um buraco sem fundo, absorve-se um fundo de pensões. Desta vez é o da PT e vale €2.600 milhões: é isto que o Governo recebe e gasta já; os que vierem a seguir que se amanhem. Estes ilustres governantes terão noção da tragédia que poderá vir a desabar sobre o futuro dos pensionistas?
A consolidação orçamental que está em curso assenta em três pilares: o corte na despesa, o aumento da receita e o crescimento económico. Numa altura em que o esforço previsível era menor, o crescimento real que se admitiu para o PIB do triénio 2011-13 era da ordem dos 3%. Mas este cenário não é mais exequível. Pelo contrário, o que hoje se admite é que venha aí uma nova recessão. Os cálculos que o Governo fez tiveram isto em conta?
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