Só serve para dar lucro aos laboratórios ?
À teoria da conspiração que diz que o fenómeno está a ser empolado para dar lucros aos laboratórios que fabricam as vacinas, a subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, responde que, "como sempre, há crises que resultam em oportunidades em todos os sectores da economia" e ironiza que os laboratórios tinham que ser muito poderosos, porque esta crise está a dar prejuízos a muitos outros sectores, como a companhias aéreas e a indústria hoteleira. Juan Martínez Hernández, especialista em saúde pública e autor do livroGripe A: pandemia gripal 2009, disse aoEl Pais que "a indústria farmacêutica ganha dinheiro mas também perde. Por exemplo, a GlaxoSmithKline [que produz a vacina que vai ser administrada em Portugal] perdeu muito dinheiro com o antiviral Relenza".
Foi fabricada à pressa ?
Já em 2005 dois dos três laboratórios (GlaxoSmithKline e Novartis) que agora fabricam a vacina contra a gripe A (H1N1) tinham vacinas pandémicas protótipo contra o vírus da gripe das aves (H5N1), que se esperava que viesse a estar na origem de uma nova pandemia de gripe. Isso não aconteceu, mas nessas vacinas que foram desenvolvidas na altura, agora apenas foi substituída a estirpe do vírus (H1N1), explica a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas. "O trabalho já estava feito, era só fazer substituição do vírus". Ao mesmo tempo, o vírus é diferente, mas a forma como a vacina é fabricada - através da injecção do vírus em ovos de galinha fecundados - é semelhante à da vacina da gripe sazonal que é administrada todos os anos. "Sabemos coisas por analogia. Há passado", acrescenta a responsável. Décadas de experiência com vacinas da gripe sazonal indicam que a inclusão de uma estirpe numa vacina não deve afectar substancialmente a sua segurança e nível de protecção", acentua a Agência Europeia do Medicamento (EMEA).
Não foram realizados testes suficientes ?
Quando estava a ser preparado o protótipo de vacina com um vírus pandémico que se pensava viesse vier a ser o H5N1 (gripe das aves), foram feitos estudos para avaliar a sua eficácia e segurança, estimando-se que o comportamento da vacina com o novo vírus seja o mesmo. Os testes feitos já com a vacina com o vírus H1N1 têm confirmado o que já estava testado e os laboratórios, nomeadamente o que fabrica a vacina a ser usada em Portugal (GSK), têm produzido novos ensaios que têm sido entregues à Agência Europeia para o Medicamento. "Todos os ensaios concordam com o protótipo", reforça Graça Freitas. A Organização Mundial de Saúde veio dizer que os ensaios clínicos conduzidos até agora sugerem que as vacinas pandémicas são tão seguras como as vacinas contra a gripe sazonal, mas ressalva que mesmo ensaios clínicos muito numerosos não conseguem identificar eventos raros que só ocorrem quando as vacinas pandémicas são administradas a muitos milhões de pessoas.
Tem muitos efeitos secundários?
A lista previsível de efeitos secundários divulgada pela Direcção-Geral de Saúde é igual à da vacina para a gripe comum. Inclui como "reacções muito comuns" o edema, dor, eritema, assim como a febre, fadiga, dores de cabeça, musculares e ósseas. Como "reacções menos comuns" refere-se, por exemplo, a equimose no local da injecção e síndroma gripal. Menos frequentemente foram reportadas "reacções cutâneas generalizadas, incluindo urticária e, muito raramente, choque". Após a vacinação, poderão verificar-se, transitoriamente, resultados falso-positivos em testes rápidos no caso do VIH e vírus da hepatite C, que depois se revelam negativos com testes mais complexos, explicaram as autoridades de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que, na maior parte das pessoas vacinadas, os sintomas são suaves e não duram mais de um a dois dias.
Mas a OMS pede vigilância apertada e antecipa que possam surgir efeitos secundários que só em casos raros serão graves.
Algumas das preocupações levantadas relacionam-se com a afirmação de que os efeitos da vacina sobre as crianças e grávidas são desconhecidos. Não são feitos ensaios clínicos com estes grupos em concreto, admite a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, mas a vacina da gripe sazonal tem-lhes sido administrada e tem mostrado ser segura, o que levou a Agência Europeia do Medicamento a autorizar a vacina pandémica para estes grupos específicos.
À teoria da conspiração que diz que o fenómeno está a ser empolado para dar lucros aos laboratórios que fabricam as vacinas, a subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, responde que, "como sempre, há crises que resultam em oportunidades em todos os sectores da economia" e ironiza que os laboratórios tinham que ser muito poderosos, porque esta crise está a dar prejuízos a muitos outros sectores, como a companhias aéreas e a indústria hoteleira. Juan Martínez Hernández, especialista em saúde pública e autor do livroGripe A: pandemia gripal 2009, disse aoEl Pais que "a indústria farmacêutica ganha dinheiro mas também perde. Por exemplo, a GlaxoSmithKline [que produz a vacina que vai ser administrada em Portugal] perdeu muito dinheiro com o antiviral Relenza".
Foi fabricada à pressa ?
Já em 2005 dois dos três laboratórios (GlaxoSmithKline e Novartis) que agora fabricam a vacina contra a gripe A (H1N1) tinham vacinas pandémicas protótipo contra o vírus da gripe das aves (H5N1), que se esperava que viesse a estar na origem de uma nova pandemia de gripe. Isso não aconteceu, mas nessas vacinas que foram desenvolvidas na altura, agora apenas foi substituída a estirpe do vírus (H1N1), explica a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas. "O trabalho já estava feito, era só fazer substituição do vírus". Ao mesmo tempo, o vírus é diferente, mas a forma como a vacina é fabricada - através da injecção do vírus em ovos de galinha fecundados - é semelhante à da vacina da gripe sazonal que é administrada todos os anos. "Sabemos coisas por analogia. Há passado", acrescenta a responsável. Décadas de experiência com vacinas da gripe sazonal indicam que a inclusão de uma estirpe numa vacina não deve afectar substancialmente a sua segurança e nível de protecção", acentua a Agência Europeia do Medicamento (EMEA).
Não foram realizados testes suficientes ?
Quando estava a ser preparado o protótipo de vacina com um vírus pandémico que se pensava viesse vier a ser o H5N1 (gripe das aves), foram feitos estudos para avaliar a sua eficácia e segurança, estimando-se que o comportamento da vacina com o novo vírus seja o mesmo. Os testes feitos já com a vacina com o vírus H1N1 têm confirmado o que já estava testado e os laboratórios, nomeadamente o que fabrica a vacina a ser usada em Portugal (GSK), têm produzido novos ensaios que têm sido entregues à Agência Europeia para o Medicamento. "Todos os ensaios concordam com o protótipo", reforça Graça Freitas. A Organização Mundial de Saúde veio dizer que os ensaios clínicos conduzidos até agora sugerem que as vacinas pandémicas são tão seguras como as vacinas contra a gripe sazonal, mas ressalva que mesmo ensaios clínicos muito numerosos não conseguem identificar eventos raros que só ocorrem quando as vacinas pandémicas são administradas a muitos milhões de pessoas.
Tem muitos efeitos secundários?
A lista previsível de efeitos secundários divulgada pela Direcção-Geral de Saúde é igual à da vacina para a gripe comum. Inclui como "reacções muito comuns" o edema, dor, eritema, assim como a febre, fadiga, dores de cabeça, musculares e ósseas. Como "reacções menos comuns" refere-se, por exemplo, a equimose no local da injecção e síndroma gripal. Menos frequentemente foram reportadas "reacções cutâneas generalizadas, incluindo urticária e, muito raramente, choque". Após a vacinação, poderão verificar-se, transitoriamente, resultados falso-positivos em testes rápidos no caso do VIH e vírus da hepatite C, que depois se revelam negativos com testes mais complexos, explicaram as autoridades de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que, na maior parte das pessoas vacinadas, os sintomas são suaves e não duram mais de um a dois dias.
Mas a OMS pede vigilância apertada e antecipa que possam surgir efeitos secundários que só em casos raros serão graves.
Algumas das preocupações levantadas relacionam-se com a afirmação de que os efeitos da vacina sobre as crianças e grávidas são desconhecidos. Não são feitos ensaios clínicos com estes grupos em concreto, admite a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, mas a vacina da gripe sazonal tem-lhes sido administrada e tem mostrado ser segura, o que levou a Agência Europeia do Medicamento a autorizar a vacina pandémica para estes grupos específicos.
Pode provocar a morte ?
Em 1976, houve um programa de vacinação maciça contra uma epidemia de gripe que surgiu nos Estados Unidos. Foram imunizados 42 milhões pessoas e foi depois detectado em cerca de 500 dessas pessoas um quadro clínico que pode provocar paralisias diversas, o chamado síndrome de Guillain-Barré. 25 pessoas acabaram mesmo por morrer.
Como explicou Francisco George, director-geral de Saúde, "as técnicas de fabrico e o tipo de vacina de há 33 anos não são comparáveis com as actuais". Os especialistas dizem que, quando se aplica uma vacina a milhões de pessoas, existe sempre uma probabilidade de haver complicações raras associadas à vacinação, uma evidência que é verdadeira para qualquer tipo de vacina. O Síndrome de Guillain-Barré ocorre também depois de vacinação contra a gripe sazonal, sarampo, hepatite B, sublinha o virologista João Vasconcelos Costa. "Em 1976, houve cerca de 500 casos devido à vacinação, nos Estados Unidos. Todos os anos há naquele país 5.000 a 10.000 casos do síndrome Guillain-Barré, devidos a doenças virais e vacinação."
Em 1976, houve um programa de vacinação maciça contra uma epidemia de gripe que surgiu nos Estados Unidos. Foram imunizados 42 milhões pessoas e foi depois detectado em cerca de 500 dessas pessoas um quadro clínico que pode provocar paralisias diversas, o chamado síndrome de Guillain-Barré. 25 pessoas acabaram mesmo por morrer.
Como explicou Francisco George, director-geral de Saúde, "as técnicas de fabrico e o tipo de vacina de há 33 anos não são comparáveis com as actuais". Os especialistas dizem que, quando se aplica uma vacina a milhões de pessoas, existe sempre uma probabilidade de haver complicações raras associadas à vacinação, uma evidência que é verdadeira para qualquer tipo de vacina. O Síndrome de Guillain-Barré ocorre também depois de vacinação contra a gripe sazonal, sarampo, hepatite B, sublinha o virologista João Vasconcelos Costa. "Em 1976, houve cerca de 500 casos devido à vacinação, nos Estados Unidos. Todos os anos há naquele país 5.000 a 10.000 casos do síndrome Guillain-Barré, devidos a doenças virais e vacinação."
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