sábado, 13 de junho de 2009

Portugueses deixaram de acreditar na Justiça


Concorda quando se diz que a Justiça nunca esteve tão mal desde o 25 de Abril?

A Justiça não está bem, é um facto. Mas não está tão mal como dizem. É outro facto. Há um excesso de criticismo e as coisas estão mal aqui como estão na Espanha, na França ou na Itália. E estão mal na Justiça como estão na Economia, na Saúde ou nas Finanças. A sociedade evolui muito mais rapidamente do que as leis. Hoje fazem-se contratos de milhões por telefone, a criminalidade não tem fronteiras. Como diz um autor famoso: ou as leis aceleram ou há uma revolta dos factos contra os códigos.

Juízes e procuradores já aparecem nos últimos lugares nos inquéritos de popularidade. O que não acontecia há dois ou três anos.
Não há ninguém inocente no processo da Justiça. O legislador, os juízes, os magistrados, os solicitadores ou o cidadão. Todos contribuem para que a Justiça não funcione bem.

Dizer que a culpa é de toda a gente é o mesmo que dizer que não é de ninguém.
Toda a gente tem de se esforçar. A Justiça não está adequada aos tempos que correm. Os portugueses deixaram de acreditar na Justiça.

Investiga-se mal em Portugal?
Há crimes que se investigam bem, como os homicídios ou os roubos, mas há muito mais dificuldade com os crimes económicos, porque são difíceis de investigar e não há especialização ou formação dos magistrados para investigar esse tipo de crimes. Por isso é que criei as equipas especiais. No processo Furacão estão 25 peritos das finanças pedidos por nós. E na Câmara de Lisboa estamos a trabalhar com engenheiros e arquitectos. Quem tira um curso de Direito e vai três anos para o CEJ fica com uma sólida formação jurídica mas não está especializado em urbanismo ou crimes ambientais, por exemplo. É preciso criar especializações no Ministério Público.

Não se conseguem investigar casos como o Freeport ou o Furacão com os meios actuais?
Os crimes económicos têm sido investigados. Pela primeira vez, e tenho muito orgulho nisso, todos os bancos estão a ser investigados.

Há demasiado tempo.
Sim. Já disse que sou contra os mega-processos em que se mete tudo numa panela e a sopa nunca mais está pronta. O Furacão começou há muito tempo, mas já se conseguiu dividi-lo em dez processos. Não consegui acabar com os maxi-processos mas consegui minimizá-los. Vai ver que vão andar mais depressa.

Já disse que não há ninguém que esteja impune mas a verdade é que não há um ministro ou um alto quadro de uma empresa que seja condenado
No caso BPN está a decorrer uma investigação e estamos muito longe de poder dizer que vai ou não haver condenações. O BPP está no início, não posso garantir que vai sequer haver uma acusação. Depende da prova que se obtiver. Mal de nós se só investigarmos casos em que temos a certeza de que vão terminar em condenações. Quando eu digo que não há impunidade quero dizer que todos podem ser investigados.

Alguém acredita que Oliveira Costa é o único responsável do que se passou no BPN?
Nunca houve um banqueiro preso em Portugal! Não vamos é partir do princípio que todos têm de estar presos. Até agora, os elementos que se encontraram foram estes. Se houver novos elementos, serão presos outros. Nunca a minha voz se levantou para criar quaisquer obstáculos por se tratar de um ministro, de um banqueiro ou de um autarca.

Vão ser feitas mais prisões?
Não sei, só sei que as investigações ainda está em aberto.

As absolvições com que terminam tantos casos não provam que as investigações são mal feitas?
Não. Quer dizer que não se provou o que estava na acusação. É assim em todos os países democráticos. Nunca há a certeza absoluta de que uma acusação resulte em condenação. O arguido pode confessar o crime durante a investigação, por exemplo, negá-lo em tribunal e deixar de haver prova.

Isso é uma crítica à lei?
É.

Se as confissões fora do julgamento fossem mais valorizadas não seria um incentivo à tortura?
Um Estado democrático tem de assegurar que não há tortura.

O que fez para esclarecer o caso de tortura na PJ do Algarve?
Não discuto decisões judiciais e desconheço esse processo. A tortura é uma mancha, uma vergonha para qualquer Estado democrático. Nesse caso houve um tribunal que apreciou, julgou, está julgado. O Ministério Público já recorreu, que é o único poder que tem.

Acha que tem mão no Ministério Público?
Não desisto de mudar o Ministério Público, é preciso um novo estatuto para o MP mas não o vou apresentar com eleições à porta. O que vou propor ao novo governo, seja qual for, é que tem de ficar claro que o Procurador-Geral é o vértice da estrutura e que a hierarquia deve existir na prática em todos os escalões.

Já conseguiu melhorar o MP?
É possível que não. O MP está numa fase de profunda transformação. Temos leis novas, temos de ter um estatuto novo, temos de ter uma mentalidade nova. Sabe o que é que eu pretendo? Uma aproximação do MP ao cidadão.

Surpreendeu-o negativamente a qualidade dos magistrados do MP?
Não, quem está nos tribunais há 40 anos não se surpreende.

Mas a qualidade é má?
Não é má nem é boa. É a que temos. Os magistrados do MP podem ser mais eficientes, é o que eu pretendo. E a eficiência vem da especialização, da dedicação. Se já o consegui? Não, mas não desisto.

Os juízes são os grandes responsáveis pelo estado da Justiça em Portugal?
Nunca censurei uma decisão do tribunal. O que posso fazer é mandar recorrer quando tenho esse poder. Não interfiro na vida dos juízes. Isso é com o Conselho Superior da Magistratura.

As leis penais são boas ou são más?
Há leis boas e há leis que não são boas. Este código teve um problema que foi entrar em vigor sem ninguém estar à espera. Se quer um exemplo concreto, veja as prisões preventivas. Há que ter em conta que a lei torna hoje muito mais difícil a prisão preventiva, isso é uma opção do legislador, e que é censurável.

A responsabilidade dos magistrados deve ser diferente da dos outros profissionais?
Não deve haver impunidade para ninguém, isso é ponto assente. Agora as coisas não são branco ou preto. Se cada vez que um magistrado condena alguém e depois se vem a provar que o arguido estava inocente e ele for responsabilizado, nunca mais ninguém é condenado...

É o que acontece aos médicos: se operarem alguém e depois se provar que não deviam ter operado, são responsabilizados...
É muito diferente. O mundo do Direito é o mundo da probabilidade. Os juízes devem ser responsabilizados por uma actuação dolosa ou negligente, porque se for só por um erro judiciário, que acontecem todos os dias em todo o mundo, isso não há em parte nenhuma. A propósito da impunidade, posso dizer-lhe que já ouve mais punições de magistrados nestes dois anos e meio que eu estou aqui do que nos últimos vinte anos.

O seu cargo é solitário?
O cargo de Procurador-Geral é um cargo extraordinariamente solitário.

Já pensou alguma vez demitir-se?
Não, não estou nada arrependido. Hesitei muito para aceitar, a partir desse momento não estou nada arrependido. Há uma coisa que tenho a certeza: nunca disse nada que não fosse exacto. Duvidem de tudo menos de um beirão honesto. Sou um bom magistrado, tenho 43 anos de provas dadas, nada me pesa.

Comentários:
Justificar os males da Justiça por comparação com os da economia, saúde ou finanças e dizer que estamos melhor do que a Itália ou a Espanha, em que é que resolve a nossa vida? Mais: Os problemas da descredibilização da Justiça em Portugal não se prendem com casos "emblemáticos" como o Freeport, Operação Furacão ou Casa Pia, que pouco dizem ao público em geral, mas sim com o nosso dia-a-dia em que somos assaltados com violência de manhã e encontramos o assaltante a assobiar na esquina dali a horas, mesmo quando apanhado em flagrante! É aí, sobretudo, que residem os problemas de não acreditarmos na justiça em Portugal. E ninguém disse que não acreditamos nos agentes dessa justiça, mas sim nas leis que precisam ser alteradas, apesar de o nosso Código Penal ser bastante bom. Há penas que têm que ser agravadas, as questões que se prendem com as medidas de prevenção, têm que se sobrepor às da repressão e por aí adiante. As nossas queixas não são tanto de Juízes como são das leis brandas que ainda temos, enquanto que os criminosos são cada vez mais e os crimes agravam-se em violência. As leis têm que ser, por isso, adaptadas às necessidades dos nossos dias. E isso não acontece porque os deputados preferem falar das finanças dos partidos, por exemplo, entre outras boiadas que falam na AR...
(...)
Há milhares de famílias a passar mal e até mesmo fome devido à justiça não funcionar.
Hoje temos menos consumismo devido a este grande crime bancário! Temos um exemplo na banca (MILLENNIUM BCP): Vigarices,trapaças,aldrabices, coacção sobre clientes que, para obterem crédito, tiveram que comprar acções do banco, com obrigatoriedade de as manterem por 10 anos, que depois desvalorizaram para menos de metade,etc.,etc.... Isto tudo foram crimes que continuam na "gaveta"!...Como se uma pessoa que precisa de crédito para comprar ou construir casa tivesse que ter disponibilidade para comprar as acções que, por via da BOA E COMPETENTE GESTÃO, iriam dar o trambolhão que deram. Resultado: não só estão a perder muito dinheiro com as acções ficando ainda mais endividados, como os juros subiram como subiram e o endividamento aumentou para valores astronómicos e incomportáveis. O que aconteceria a um cidadão comum que numa qualquer pequena ou média empresa cometesse actos semelhantes na gestão da mesma? Seria condecorado, louvado indemnizado para sair, ou seria preso? Teria que repor do bolso ou a empresa teria que pagar aos prejudicados? Tribunais e fisco não desarmavam! O que está a acontecer aos gestores do BCP, sabemos nós , e o que não irá acontecer também sabemos. Este é mais um retrato do país governado pela ilustre geração que andou de punho fechado em 1968 e em 1974, só que se, por acaso, tiverem alguma foto que o comprove, essa foto estará muito bem escondida.

Sem comentários:

AO LONGO DA FAMIGERADA "CAMPANHA ACCIONISTA BCP" EM 2000/2001, QUE O BANCO LEVOU A CABO COM AS ACÇÕES PRÓPRIAS, FOI PROVADO HAVER INDÍCIOS DE VÁRIOS CRIMES... NO EXERCÍCIO DE 2000, O MONTANTE TOTAL DE PRÉMIOS A DISTRIBUIR PELOS FUNCIONÁRIOS FOI DE 22.603.817,40€, EM QUE OS ACCIONISTAS NÃO TIVERAM DIREITO A DIVIDENDOS!!!
AS ENTIDADES SUPERVISORAS E ÓRGÃOS DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO DIVULGARAM AO PÚBLICO, MAS O BCP, MESMO COM A ACTUAL ADMINISTRAÇÃO, CUJO PRESIDENTE É O DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, CONTINUA A EXTORQUIR, "ROUBAR" E A SAQUEAR DINHEIROS DAS CONTAS DAS VÍTIMAS (CLIENTES) SILENCIADAS E INDEFESAS, DANDO SEGUIMENTO PARA O BANCO DE PORTUGAL COMO SENDO DÍVIDA DE INCUMPRIMENTO, SUJANDO O "BOM NOME" DO CLIENTE... ENQUANTO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS BANCÁRIOS CONTINUAM INTOCÁVEIS, SEM SER CHAMADOS À JUSTIÇA.

É A VERDADE DO QUE SE PASSOU E AINDA SE ESTÁ PASSAR NO MAIOR BANCO PRIVADO PORTUGUÊS! "MILHARES DE PESSOAS DESTRUÍDAS, EXTORQUIDAS E "ROUBADAS" DOS SEUS BENS PELO BCP (CAMPANHA ACCIONISTA MILLENNIUM BCP E OUTRAS SITUAÇÕES GRAVES)..."
- "TAMBÉM ALGUMAS NOTÍCIAS FINANCEIRAS ACTUALIZADAS"
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DURING THE INFAMOUS "CAMPAIGN SHAREHOLDERS BCP" In 2000/2001, the Bank has undertaken WITH OWN ACTIONS, HAS PROVEN Indications of HAVER SEVERAL CRIMES ... In 2000, THE TOTAL AMOUNT OF PREMIUMS FOR EMPLOYEES WAS A DISTRIBUTE OF € 22,603,817.40, in which shareholders were not entitled to dividends!!!
AND BODIES supervisors of media available to the public, but the BCP, EVEN WITH THE CURRENT ADMINISTRATION, WHICH IS THE PRESIDENT DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, continues to extort, "theft" Drawing MONEY AND VICTIMS OF THE ACCOUNTS (CLIENTS) Silent and Helpless, following FOR BANK OF PORTUGAL AS BEING DEBT OF FAILURE (CRC) of the client. While the primary banking responsibility untouchables CONTINUE WITHOUT BEING CALLED TO JUSTICE.

IS THE TRUTH of what happened and if IS MOVING IN A MORE PRIVATE BANK PORTUGUESE! "Thousands of people destroyed and EXTORQUIADAS THEIR PROPERTY BY BCP (BCP MILLENNIUM CAMPAIGN SHAREHOLDERS AND OTHER serious )..."
- "UPDATES FINANCIAL ALSO NEWS OF THE WORLD"