sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O arrastão da desconfiança (crise económica)


O problema central da crise estacionária é a desconfiança. O preço que estamos a pagar pelos enormes desfalques no sistema financeiro internacional não pára de aumentar. A ganância andou anos demais de mãos dadas com delinquentes confundidos com homens de sucesso.
Uns dirão que tudo isto estava no código genético do capitalismo, outros que foi a condescendência com os excessos dos especuladores. Terá sido um pouco de tudo, mas foi decerto sobretudo incúria e impunidade. E o resultado não podia ser mais cruel. Ele aí está rodeado por múltiplas vozes que dizem que o pior está para vir. E o pior é ninguém saber muito bem o que pode acontecer. Para já, as certezas diárias fazem-se de falências e despedimentos. Os números são muito cruéis. O galope do desemprego é assustador e as previsões, quase sempre ultrapassadas pela realidade, dizem que o comportamento da economia está de regresso ao pós-guerra. A Organização Internacional do Trabalho alerta para um cenário de perda de 40 milhões de empregos. A política e a finança alhearam-se de Davos.
Tem pouco para dizer. Ao contrário do Fórum Social que tem muito para protestar. O desencontro não podia ser maior. Os que brincaram com o fogo incendiaram quase tudo e quase todos. E o incêndio alastra indomável desafiando todas as técnicas de neutralização. Uma única certeza: o combate será duradouro e deixará muitos por terra.
A democracia e a economia de mercado são pouco compatíveis com a desconfiança dos cidadãos e dos consumidores. E por isso, enquanto não for possível contrariar a descrença, a democracia e a economia de mercado estão ameaçadas. Há quem insista em manter padrões de funcionamento sem corrigir a linha de rumo, sem clarificar procedimentos e responsabilizar quem exorbitou da confiança de investidores e consumidores. Enquanto assim continuarmos desemprego vai gerar desemprego, e a retracção do consumo e do investimento tenderão a reproduzir-se. A confiança não se injecta, merece-se ou não se merece. É neste caldo de percepções que a vida política tende a ficar à mercê de justiceiros de ocasião. Como o descrédito contagia tudo e todos, isto é, como tudo se reduzirá uma vez mais à porca da política, o demagogo que fizer o discurso mais anti-político e prometer autoridade e justiça a preceito poderá receber os favores dos poucos eleitores seduzíveis. História de outros tempos que poderá ganhar novos tempos. O arrastão da desconfiança segue imparável...
José Sócrates está perdido no seu labirinto. Não bastava a crise interna e externa, é ele próprio um factor de desconfiança. O "caso Freeport" ressuscitou e não podia ser mais perturbador. Todas as declarações de inocência, toda a presunção de inocência, esbarram numa suspeita crescente pejada de peripécias: um licenciamento que não pode esperar por novo governo; familiares que envolvem ministro em negócios; contas bancárias em ‘offshore'; ingleses que suspeitam do ministro agora primeiro-ministro; magistrados e polícias portugueses que se irritam com os seus pares ingleses; príncipes que perderam dinheiro no ‘outlet'; cartas rogatórias sem resposta; um procurador que diz que o caso "está na moda", mas sem suspeitos... Sem suspeitos, mas com demasiada suspeita. Nunca um primeiro-ministro esteve sob o peso de uma suspeição tão grave, mesmo que não directa e formalmente enunciada, mesmo que não existam provas bastantes para o incriminar. Que fazer? Aguardar que se faça justiça?
Que chegue a sua vez, ao ritmo de um processo que se arrasta intermitente há sete anos? Sujeitar-se a depor em tribunal? Responder diariamente às notícias? Ficar em lume brando até às eleições? Abandonar o governo até que se faça justiça, isto é, abdicando de uma recandidatura?
Abandonar o governo e procurar em eleições antecipadas uma relegitimação, como se o voto devesse acertar contas com a justiça? Resistir, resistir? Só a consciência pessoal de José Sócrates pode ditar uma resposta. A certeza actual é que a suspeita que recai sobre o chefe do Governo se está a tornar cada vez mais insustentável. Insustentável para si e para o país. E mesmo que os seus opositores digam que é preciso separar as águas da política e da justiça, sempre vão aproveitando para pôr em causa o seu carácter e o confrontar com o princípio criminoso dos ‘offshore'...
Só nos faltava que o corolário da crise fosse a honra manchada do primeiro-ministro. Ou que tudo não passe de uma maquinação vil. Não sei o que será pior.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda no adro e já há mais: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1358263

AO LONGO DA FAMIGERADA "CAMPANHA ACCIONISTA BCP" EM 2000/2001, QUE O BANCO LEVOU A CABO COM AS ACÇÕES PRÓPRIAS, FOI PROVADO HAVER INDÍCIOS DE VÁRIOS CRIMES... NO EXERCÍCIO DE 2000, O MONTANTE TOTAL DE PRÉMIOS A DISTRIBUIR PELOS FUNCIONÁRIOS FOI DE 22.603.817,40€, EM QUE OS ACCIONISTAS NÃO TIVERAM DIREITO A DIVIDENDOS!!!
AS ENTIDADES SUPERVISORAS E ÓRGÃOS DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO DIVULGARAM AO PÚBLICO, MAS O BCP, MESMO COM A ACTUAL ADMINISTRAÇÃO, CUJO PRESIDENTE É O DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, CONTINUA A EXTORQUIR, "ROUBAR" E A SAQUEAR DINHEIROS DAS CONTAS DAS VÍTIMAS (CLIENTES) SILENCIADAS E INDEFESAS, DANDO SEGUIMENTO PARA O BANCO DE PORTUGAL COMO SENDO DÍVIDA DE INCUMPRIMENTO, SUJANDO O "BOM NOME" DO CLIENTE... ENQUANTO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS BANCÁRIOS CONTINUAM INTOCÁVEIS, SEM SER CHAMADOS À JUSTIÇA.

É A VERDADE DO QUE SE PASSOU E AINDA SE ESTÁ PASSAR NO MAIOR BANCO PRIVADO PORTUGUÊS! "MILHARES DE PESSOAS DESTRUÍDAS, EXTORQUIDAS E "ROUBADAS" DOS SEUS BENS PELO BCP (CAMPANHA ACCIONISTA MILLENNIUM BCP E OUTRAS SITUAÇÕES GRAVES)..."
- "TAMBÉM ALGUMAS NOTÍCIAS FINANCEIRAS ACTUALIZADAS"
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DURING THE INFAMOUS "CAMPAIGN SHAREHOLDERS BCP" In 2000/2001, the Bank has undertaken WITH OWN ACTIONS, HAS PROVEN Indications of HAVER SEVERAL CRIMES ... In 2000, THE TOTAL AMOUNT OF PREMIUMS FOR EMPLOYEES WAS A DISTRIBUTE OF € 22,603,817.40, in which shareholders were not entitled to dividends!!!
AND BODIES supervisors of media available to the public, but the BCP, EVEN WITH THE CURRENT ADMINISTRATION, WHICH IS THE PRESIDENT DR. CARLOS SANTOS FERREIRA, continues to extort, "theft" Drawing MONEY AND VICTIMS OF THE ACCOUNTS (CLIENTS) Silent and Helpless, following FOR BANK OF PORTUGAL AS BEING DEBT OF FAILURE (CRC) of the client. While the primary banking responsibility untouchables CONTINUE WITHOUT BEING CALLED TO JUSTICE.

IS THE TRUTH of what happened and if IS MOVING IN A MORE PRIVATE BANK PORTUGUESE! "Thousands of people destroyed and EXTORQUIADAS THEIR PROPERTY BY BCP (BCP MILLENNIUM CAMPAIGN SHAREHOLDERS AND OTHER serious )..."
- "UPDATES FINANCIAL ALSO NEWS OF THE WORLD"